terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

III ENCONTRO DE NOVOS PESQUISADORES EM HISTÓRIA

03 A 06 DE MAIO DE 2011
LOCAL: BAHIA


nformamos que as inscrições para o III Encontro de Novos Pesquisadores em História foram prorrogadas até o dia 28 de fevereiro de 2011. Serão aceitas as propostas de comunicação e mini-curso até 23:59h deste dia.
Atenciosamente,
Comissão Organizadora

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A ESCRAVIDAO NEGRA NA AMAZONIA

 A Amazônia e a Escravidão: uma introdução. 
 A inserção de escravos negros  na Amazônia se intensificou a partir da criação, em 1755, da Companhia Geral de Comércio do GrãoPará e Maranhão, durante o período pombalino. Pretenderia-se entre 
estas determinações ao estímulo da  produção agrícola, dando início a substituição do braço do indígena, pelo do negro, nos trabalhos da lavoura. 
No Pará e no Maranhão os negros foram destinados sobretudo para os canaviais e as lavouras de arroz e algodão. O cultivo da cana-de-açúcar foi uma das primeiras atividades econômicas dos europeus na Amazônia. 
 Há indícios de que os holandeses, antes dos portugueses, tenham cultivado cana e instalado pequenos engenhos nas proximidades da foz do Amazonas. Francisco Caldeira de Castelo Branco, o fundador da cidade de Belém (1616), foi o pioneiro no latifúndio açucareiro do Pará, onde a conquista européia iniciou-se por conseguinte, sob interesse imediato desta cultura. Embora incipiente, a lavoura da canade-açúcar prosperou nas cercanias de Belém e espalhou-se com maior intensidade, pelas margens dos rios Guamá, Capim, Acará, Mojú e Igarapé Miri. 
 Próximos uns dos outros, esses rios integram uma zona bem distinta de acesso relativamente fácil. A cultura da cana-de-açúcar aí se enraizou e adquiriu importância econômica. Aí, portanto, se instalaram engenhos, com numerosa escravaria, e se estabeleceu um regime social típico. 
 Nessa região se localizaria a maior concentração de escravos na Amazônia. O contingente africano não foi tão numeroso, como no Maranhão, mas a história da escravatura africana no Pará se escreveu com os mesmos processos, determinando, como em toda parte, as mesmas reações do escravo. A mais freqüente, a busca da liberdade pela fuga e posterior agrupamento nos quilombos.  A lavoura canavieira ocupou uma área bem mais extensa do que a atual. Estendeu-se praticamente em redor da área marajoara, ocupando inclusive certa área da ilha de Marajó. Subiu também a calha do Tocantins. Em Cametá, por exemplo, em 1752, dentro da vila de sítios da redondeza, somavam-se 129 proprietários agrícolas, cujo pessoal trabalhava especialmente na lavoura  da cana, cacau e nos roçados de espécies alimentícias, revelava o ofício de 12 de novembro daquele ano, da Câmara local a Francisco Xavier de Mendonça Furtado. 
Culturicidade e escravidão  –  entre relações sociais e produtivas, não se pode considerar desprezível  a contribuição cultural africana na Amazônia. Essa contribuição se  manifesta nos folguedos populares, na 
culinária, no vocabulário, enfim nos vários aspectos do folclore regional. 
 Todavia não se pode testemunhar a sobrevivência de uma culturicidade puramente africana, pelo menos no Pará, onde assim como em várias outras realidades da formação social e colonial, ocorreriam às chamadas trocas culturais e simbólicas, envolvendo as culturas aqui existentes nesta formação.  No Pará e Maranhão as culturas sudanesas e bantas não se contrapõem. Não há indícios de antagonismo tribais: ao contrário, tudo parece mostrar, na manifestação exterior da cultura desses povos, tendência para a convergência num só grupo, solidário culturalmente, pela condição de escravo. Pode-se falar de certa individualidade, ou de presença marcante, do chamado negra mina, povo fânti-axanti, cujas peculiaridades culturais se conservam mais ou menos homogêneas até nossos dias, principalmente no Maranhão.