quarta-feira, 23 de maio de 2012

THOMAS MUNTZER... O TEÓLOGO DA REVOLUÇÃO....


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Thomas Müntzer
origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Thomas Müntzer.
Thomas Müntzer (também Muentzer ou Münzer; 1489 ou 1490 - 1525) foi um teólogo revolucionário alemão que se destacou no tempo da Reforma Protestante
No contexto da história da Reforma, Thomas Müntzer é uma das personagens mais controvertidas, capaz de suscitar julgamentos díspares.
O sociólogo Ernst Bloch diz que "quando o analisamos enquanto homem de ação, ressaltam nele o presente e o absoluto, numa perspectiva mais altaneira e mais ampla que numa experiência demasiado vivida, e apesar disto, com vigor idêntico, Müntzer é, antes de tudo, História, no sentido fecundo (…) para comprometer-nos, entusiasmar-nos, para apoiar, sempre mais amplamente, nosso desígnio".[1]
Já o teólogo Paul Althaus viu nele "o lúgubre, o negro fervor das idéias teocrático-taboritas" que o ligavam à "exasperação dos camponeses" confrontados com a "pureza ética" do posicionamento de Lutero.[2]
Por seu turno, o teólogo luterano Eric Gritsch, chama-o de "reformador sem Igreja".[3]
Thomas Müntzer era um teólogo e jamais deixou de sê-lo, mesmo quando enveredou pela arriscada trilha da política revolucionária.
Embora seja geralmente apresentado como um anabatista e líder dos camponeses rebeldes, a verdade é que Müntzer jamais demonstrou grande interesse pela questão do quando e como batizar (pedra angular do anabatismo) e sua participação efetiva na Guerra dos camponeses deu-se apenas no fim de sua vida, quando comandou o grupo de campônios massacrado em Frankenhausen.
Malgrado sua retórica inflamada e revolucionária estabelecer muitos pontos de contato com a doutrina anabatista e as reivindicações sociais dos camponeses, Muntzer seguiu seu próprio caminho, pautado por interpretações apocalípticas da Bíblia, onde se via como um profeta empenhado em construir o Reino de Deus na Terra.[4]
Mas ao associar o advento desse Reino a uma radical reforma social, que eliminaria distinções e privilégios, ele se indispôs com as nobrezas católica e luterana - que disputavam o poder de definir os rumos da cristandade ocidental -, comprando uma briga que não podia ganhar.
Foi esmagado nela.
Quatro diferentes Thomas Müntzers sobreviveram na História.
  • Para os protestantes ortodoxos, ele teria sido um típico anabatista que não fez outra coisa senão proclamar suas doutrinas de sectarismo radical.
  • Para os anabatistas de Zurique, mesmo com ressalvas, ele era veraz e fiel mensageiro do Evangelho.
  • Para os historiadores católicos romanos, Müntzer simplesmente operou dentro das inevitáveis conseqüencias do individualismo protestante.
  • Para os historiadores marxistas, ele pontificou como o grande ideólogo da Guerra dos Camponeses, o primeiro político cosmopolita.
[editar] Biografia
Thomas Müntzer nasceu na pequena vila de Stolberg, nas montanhas de Harz. Educou-se em Leipzig e Frankfurt an der Oder, obtendo o mestrado e completando o Bacculareus biblicus.[5] Dominava o grego, o hebraico e o latim.
Foi ordenado padre em 1513, tornando-se prepósito-confessor no convento feminino de Beuditz onde, com a segurança e a disponibilidade de tempo proporcionados por sua posição, passou mais de um ano estudando os livros de Flávio Josefo, a História Eclesiástica de Eusebius, Santo Agostinho, os Atos dos conselhos gerais, e os Atos dos concílios de Constance e de Basiléia.
Em 1517, entrou em contato com a discussão que se acendia em torno do professor da Universidade de Wittenberg, Martinho Lutero. Até 1520, Müntzer trocou, por diversas vezes, o local de suas atividades, sendo que, nesse período, entre 1517 a 1520, tornou-se adepto da causa de Lutero, a quem conheceu, provavelmente, em 1519.
Assim como Lutero, Müntzer passava, nessa época, por profundas dúvidas. Mas enquanto Lutero queria entender Deus, cheio de sentimentos de culpa e pavor, Müntzer desesperava-se por não possuir a Deus e o seu poder, martirizando-se com a questão se a doutrina de Cristo era, realmente, procedente de Deus.[6]
À semelhança de Lutero,[7] Müntzer voltou-se para os místicos alemães, começando a ler as obras de Eckhart, Suso e Tauler. Na leitura desses livros, ele encontrou a afirmação de que Deus primeiro lança a todos os seus amigos na noite do desespero (assim como ele, Müntzer), antes de permitir que o seu sol brilhe sobre eles. Encontrou, ainda, a afirmação de que o eterno Deus se revela aos seus no mais profundo da alma, sem meios exteriores. Ou seja, que o homem pode sentir Deus e ter certeza absoluta Dele, e que, para isso, é preciso abandonar tudo o que não é Deus. Müntzer experimentara a "noite", mas faltava-lhe sentir Deus.
Em 1520, com a recomendação de Lutero, foi indicado como pregador do evangelho na igreja de Santa Maria, em Zwickau, substituindo, temporariamente, o pastor Johannes Sylvius Egranus.
[editar] Fé revolucionária
Àquele tempo, Zwickau vivia dias agitados, por conta de uma seita chiliástica de religiosos revolucionários, conhecidos como os "Profetas de Zwickau". Os membros da seita - profundamente influenciados pela linha taborita[8] dos Hussitas - tinham bons conhecimentos bíblicos, diziam ter feito experiências com o Espírito Santo, e pretendiam erigir o Reino de Deus, eliminando todos os não-crentes.
Em sua procura por uma experiência com Deus, foi de vital importância, para Müntzer, o encontro com o tecelão Nicholas Storch, líder daquela seita. A partir do relacionamento entre os dois, Müntzer não somente adotou a idéia da concretização terrestre do Reino de Deus, difundida pelos taboritas, bem como os métodos radicais propostos e praticados por Storch e seu grupo.
Os sermões de Müntzer, em Zwickau, se foram tornando crescentemente violentos, resultando em problemas com a Assembléia Municipal da cidade e com a congregação de Santa Maria. Obrigado a devolver o púlpito a Johannes Egranus, ele tornou-se pastor de Santa Catarina, uma grande congregação composta por mineiros, tecelões pobres, e desempregados. Foi lá que Müntzer tornou-se, conscientemente, um pastor de pobres, afastando-se, mais ainda, do luteranismo ortodoxo, e assumindo o discurso apocalíptico dos "Profetas". E visto que sua relação com a Assembléia Municipal assumiu um crescente antagonismo, na primavera de 1521, ele recebeu ordem para sair de Zwickau.
Müntzer transferiu-se para Praga onde foi, inicialmente, bem acolhido pelos luteranos locais, sendo convidado a pregar em várias igrejas. Mas também ali não tardou para que seus sermões inflamados, eivados, por vezes, de uma linguagem grosseira, afastassem os sofisticados cidadãos de Praga. Desiludido, ele deixou a cidade, em dezembro de 1521, não sem antes (imitando Lutero) pregar nas portas das principais igrejas, um manifesto[9] resumindo suas principais idéias milenaristas.
Ao longo de 1522, Müntzer vagou por várias pequenas cidades e aldeias, sem obter uma ocupação regular. Até que foi aceito como pastor da Igreja de São João, na pequena cidade de Alstedt (Saxônia), em 1523.
Os dezesseis meses que Müntzer permaneceu em Alstedt, foram os mais profícuos de sua vida de teólogo. Escreveu e celebrou a primeira Eucaristia no idioma alemão e depois publicou um missal completo com liturgias para Comunhão, Batismo, Matrimônio, e funerais, inclusive confissão pública de pecado antes da comunhão. Casou-se com ex-freira, Ottilie von Gersen, de quem teve um filho. Seus sermões - ainda tempestuosos, porém mais brandos do que os de Zwickau - , fizeram dele o pastor mais popular de todo distrito. As pessoas vinham dos arredores para ouvi-lo e sua liturgia tendia ser amplamente adotada pelos luteranos.
Porém não tardou para que ele retomasse sua mensagem apocalíptica, apresentando-se, abertamente, como um homem escolhido de Deus para sanear o mundo corrompido. Ao mesmo tempo, integrando-se ao espírito da Revolta dos Camponeses - que grassava em vários pontos da Alemanha -, ele começou a organizar, secretamente, um grupo revolucionário - a "Liga dos Eleitos" -, dedicado a atacar conventos e monastérios na zona rural e nos arredores da cidade. Também envolveu-se em áspera disputa com o senhor local, o Conde de Mansfeld [7].
Suas divergências com Lutero se tornaram mais nítidas nos numerosos panfletos que ele passou a, constantemente, emitir. Neles, Lutero é denunciado como impostor, pois se abstém de intervir na luta contra injustiças sociais, chegando até, ao contrário, a justificá-las, para granjear apoio dos príncipes. Daí a comparação com os sábios da corte de Nabucodonosor, incapazes, como Lutero - porque vis bajuladores do poder - de descobrir o sentido dos sonhos, isto é, da História. Para Muntzer, a fé do cristão não pode escravizar-se a uma doutrina de predestinação, esperando ser escolhido para o Reino de Deus, porém deve ser uma fé revolucionária, que liberta e que confere forças ao homem para construir o Reino de Deus na Terra.
Preocupado com a fama de Müntzer, o eleitor da Saxônia, Frederico, encarregou seu irmão, duque João, de investigar o inflamado pregador. Convocado a expor suas idéias, Münzer formulou, em 13 de julho de 1524, aquela que foi considerada a mais extraordinária expressão vocal pública da era da Reforma, baseada em visões apocalípticas do livro de Daniel.
[editar] Sermão para a nobreza
Na primeira parte de seu sermão, Müntzer desenvolve a concepção de que a história da Igreja é a história da progressiva deterioração de uma situação inicial ideal. Cristo e seus apóstolos e, antes deles, os profetas, deram início a uma cristandade pura, mas seus sucessores foram maus servidores da Igreja que não tiveram o fervor necessário para levar a cabo o que Cristo iniciara. A Igreja iniciada logo estava em ruínas.
Os pobres camponeses foram iludidos com respeito ao verdadeiro significado do Espírito de Cristo, pois "em seu lugar foi colocada uma bela, delicada e áurea divindade, ante a qual os pobres camponeses ficam se babando".
Com seu mágico culto cerimonial, com seu culto às imagens, a igreja romana ocultou aos pobres e oprimidos o verdadeiro caráter revolucionário do Espírito de Cristo. É necessário, pois, uma grande e poderosa força, que será dada de cima, para castigar e debilitar esta indizível maldade. Deve-se usar "mão poderosa contra os inimigos de Deus".
Na segunda parte, Müntzer continua a desenvolver sua reflexão a respeito da adulteração da cristandade e demonstra que esta abominação não é apenas uma característica da igreja católica, mas também de seus novos adversários, os astutos escribas semelhantes a Lutero, que enganam a pobre gente ignorante, dizendo-lhe que Deus já não revela seus segredos divinos por meio de visões verdadeiras ou de sua palavra audível, e fazem objeto de burla os homens que se ocupam com a revelação.
Na terceira parte, Müntzer desenvolve, em rápidos traços, sua concepção do ouvir da palavra interna no "abismo da alma", sem o que nenhum homem pode dizer algo profundo a respeito de Deus, "ainda que haja devorado cem mil Bíblias". Porque a verdadeira palavra não se encontra nem na letra da Escritura, nem na luz natural da razão, mas no coração humano, e o homem somente se apercebe dela, quando Deus lhe envia o impulso ao coração. Esse impulso "é cruz, necessidade e aflição".
Na quarta parte, Müntzer reúne sua teologia do Espírito com sua visão da história, chegando a uma aplicação político-revolucionáría.
O alvo da revolução é levar a pessoa a sua verdadeira finalidade: a vida com e em Deus. A mudança das condições políticas e sociais vigentes criará a possibilidade para a redenção da humanidade do mal. Havendo mudança das condições externas de vida, ocorrerá também a mudança interna. E o momento da mudança é chegado.
O que Müntzer quer é a revolução e não a evolução pregada por Lutero. Destruída a velha igreja, surgirá uma nova ordem social e a humanidade voltará ao "comunismo do amor" da cristandade primitiva. Mas para isso, devem ser eliminados todos aqueles que se opõem à vontade de Deus.
Com uma autoconfiança incrível, Müntzer convoca os príncipes saxões a assumirem o comando desse processo de mudança, eliminando os "perversos" pois "o homem ímpio não tem direito de viver, onde estorva os justos".
Seu sermão foi impresso e distribuído, desagradando o Eleitor Frederico, outros príncipes, e Lutero. Em conseqüência, o Conselho de Alstedt foi pressionado para expulsar Müntzer, mas antes disso, na noite de 7 de agosto de 1524, ele saiu da cidade, deixando para trás sua esposa, seus filhos e suas posses.
Escultura em homenagem a Thomas Müntzer em Stolberg (Ex-RDA).
[editar] Frankenhausen
Após passar algum tempo viajando, Müntzer chegou a Mühlhausen, onde o militante anabatista Henry Pfeiffer organizara sua Liga dos Eleitos visando assumir a cidade. Quando a cidade caiu em poder dos radicais, Müntzer colocou-se à frente de deles, preparando Mühlhausen para aderir à revolta dos camponeses, que se aproximava, e cuja vitória ele profetizava.
Na primeira semana de maio de 1525, o exército camponês, entre oito e dez mil, entrou em Frankenhausen, que tinha sido tomada por revolucionários de Mühlhausen. Enquanto isso, o Duque João, que havia se tornado eleitor pela morte de seu irmão em quatro de maio, e outros príncipes das vizinhanças, levantaram um exército sob o comando de Filipe, proprietário de terras em Hesse, que imediatamente marchou para encontrar os campônios.
No dia 15, Felipe atacou com cerca de cinco mil artilheiros e dois mil cavaleiros. À frente dos camponeses, Müntzer, que não tinha conhecimento militar, enfrentou os exércitos da nobreza com oito canhões sem munição, uma bandeira com o símbolo do arco-íris e uma espada. Os camponeses foram feitos em pedaços. Cinco mil morreram no campo de batalha, seiscentos foram capturados, e o restante fugiu para as florestas da Turíngia. O exército de Filipe perdeu apenas seis homens.
Muntzer foi preso, torturado e decapitado em 27 de maio de 1525.
[editar] Citações
  • Aí o homem pensa que não tem fé nenhuma. Sim, segundo lhe parece, não encontra fé alguma. Ele sente ou encontra um anseio muito pequeno à procura da verdadeira fé, que é tão fraco que mal e dificilmente consegue vislumbrar em si. (…) Ah, como gostaria de crer direito, se tudo dependesse disso, se ao menos eu soubesse qual é o caminho correto. Sim, eu correria até o fim do mundo.
    - Trecho de uma carta de Müntzer, escrita entre 1517 e 1520.
  • O Deus eternamente vivo nos ordenou destronar-te com a força que nos foi outorgada.
- Trecho de uma carta de Müntzer ao conde Ernesto de Mansfeld, ligado ao imperador Carlos V.
  • Deus deu senhores e príncipes por ter estado irado, mas em tempo Ele os removerá em seu desgosto. Se os príncipes agirem não só contra o evangelho, mas também contra os direitos naturais do povo, devem eles ser estrangulados como cães
- Trecho do sermão de Müntzer à corte imperial, em Worms.
Referências
  1. Bloch, Ernst. Thomas Müntzer - Teólogo da revolução. Rio de Janeiro: Biblioteca Tempo universitário, 1973, pp. 1-7.
  2. Althaus, Paul. Luther und das Deutschtum. Leipzig 1917.
  3. Gritsch, Eric. Reformer without a Church: Thomas Müntzer, Philadelphia, 1967
  4. Rexroth, Kenneth. Communalism: From Its Origins to the Twentieth Century. Seabury, 1974.
  5. Bacharel em Bíblia, título que qualificava seu portador a ensinar a Bíblia.
  6. Friesen, Abraham e Goertz , Hans-Jürgen. Thomas Müntzer. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1978, pg 16-30
  7. Desde 1516, Lutero animava seus alunos e adeptos a que lessem as obras de Tauler e de outros místicos alemães.
  8. Núcleo combatente dos Hussitas. Tinham por principal reduto a cidade de Tabor.
  9. O Manifesto de Praga sobreviveu em quatro versões diferentes, escritas em Latim e em Alemão.




segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A HISTÓRIA DA CORRUPÇÃO


O Brasil não é um país intrinsecamente corrupto.
Não existe nos genes brasileiros nada que
nos predisponha à corrupção, algo herdado,
por exemplo, de desterrados portugueses.
A Austrália que foi colônia penal do império britânico, não possui índices de corrupção superiores aos de outras nações, pelo contrário. Nós brasileiros não somos nem mais nem menos corruptos que os 
japoneses, que a cada par de anos têm um ministro que renuncia diante de denúncias de corrupção.
Somos, sim, um país onde a corrupção, pública e privada, é detectada somente quando chega a milhões de dólares e porque um irmão, um genro, um jornalista ou alguém botou a boca no trombone, não por um processo sistemático de auditoria. As nações com menor índice de corrupção são as que têm o maior número de auditores e fiscais formados e treinados. A Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes. Nos países efetivamente auditados, a corrupção é detectada no nascedouro ou quando ainda é pequena. O Brasil, país com um dos mais elevados índices de corrupção, segundo o World Economic Forum, tem somente oito auditores por 100.000 habitantes, 12.800 auditores no total. Se quisermos os mesmos níveis de lisura da Dinamarca e da Holanda precisaremos formar e treinar 160.000 auditores.
Simples. Uma das maiores universidades do Brasil possui hoje 62 professores de Economia, mas só um de auditoria. Um único professor para formar os milhares de fiscais, auditores internos, auditores externos, conselheiros de tribunais de contas, fiscais do Banco Central, fiscais da CVM e analistas de controles internos que o Brasil precisa para combater a corrupção.
A principal função do auditor inclusive nem é a de fiscalizar depois do fato consumado, mas a de criar controles internos para que a fraude e a corrupção não possam sequer ser praticadas. Durante os anos de ditadura, quando a liberdade de imprensa e a auditoria não eram prioridade, as verbas da educação foram redirecionadas para outros cursos. Como consequência, aqui temos doze economistas formados para cada auditor, enquanto nos Estados Unidos existem doze auditores para cada economista formado. Para eliminar a corrupção teremos de redirecionar rapidamente as verbas de volta ao seu devido destino, para que sejamos uma nação que não precise depender de dedos duros ou genros que botam a boca no trombone, e sim de profissionais competentes com uma ética profissional elaborada.
Países avançados colocam seus auditores num pedestal de respeitabilidade e de reconhecimento público que garante a sua honestidade. Na Inglaterra, instituíram o Chartered Accountant. Nos Estados Unidos eles têm o Certified Public Accountant. Uma mãe inglesa e americana sonha com um filho médico, advogado ou contador público. No Brasil, o contador público foi substituído pelo engenheiro.
Bons salários e valorização social são os requisitos básicos para todo sistema funcionar, mas no Brasil estamos pagando e falando mal de nossos fiscais e auditores existentes e nem ao menos treinamos nossos futuros auditores. Nos últimos nove anos, os salários de nossos auditores públicos e fiscais têm sido congelados e seus quadros, reduzidos - uma das razões do crescimento da corrupção. Como o custo da auditoria é muito grande para ser pago pelo cidadão individualmente, essa é uma das poucas funções próprias do estado moderno. Tanto a auditoria como a fiscalização, que vai dos alimentos e segurança de aviões até os direitos do consumidor e os direitos autorais.
O capitalismo remunera quem trabalha e ganha, mas não consegue remunerar quem impede o outro de ganhar roubando. Há quem diga que não é papel do Estado produzir petróleo, mas ninguém discute que é sua função fiscalizar e punir quem mistura água ao álcool. Não serão intervenções cirúrgicas (leia-se CPIs), nem remédios potentes (leia-se códigos de ética), que irão resolver o problema da corrupção no Brasil. Precisamos da vigilância de um poderoso sistema imunológico que combata a infecção no nascedouro, como acontece nos países considerados honestos e auditados. Portanto, o Brasil não é um país corrupto. É apenas um país pouco auditado.
Publicado na Revista Veja, edição 1600, ano 32, nº 22, de 2 de junho de 1999, página 21

terça-feira, 12 de julho de 2011

A HISTÓRIA DA ÁFRICA NOS LIVROS DIDÁTICOS

Em um debate realizado na Universidade alguem questionou por que os negros nao se aceitam como tal. afirmava ainda essa pessoa que isso seria inclusive um ato de racismo, ela afirmar "eles sao os primeiros a terem preconceitos com o grupo social deles". A questão ai é macro. nao sed deve pensar que concepções micros explicam tal afirmação. entender todo o processo de construção social, que permeia o imagináio coletivo, nao é uma tarefa muito fácil.
todos sabemos que a Educação é um dos pilares da construção da identidade de um povo. nossa educação sempre foi elitista e dominadora, nesse contexto a História também corrobora essa acertiva. o ensino da história esteve durante séculos centrada em um eurocentrismo. sendo o velho continente o irradiador de cultura e civilização para o mundo. os povos da Africa e Ásia, foram relegados a selvagens que mereciam ser dominados. nosso ensino de história acabou reproduzindo esse modelo dominante, de sofrimento dos escravos, enfatizamos inclusive as dores provocadas pelos castigos fisicos: o Bacalhau (chicote de couro cru retorcido), mutilações e várias outras formas de se provocar dor no escravo para forçá-lo ao trabalho.
ensinando dessa forma é de se esperar que ninguem tenha orgulho de se apresentar como afro descendente. é preciso resgatar os heróis, os bons exemplo, ressaltar a importancia desse grupo social para a formação desse imenso pais. contribuição essa que está no nosso cotidiano. nas nossas relações sociais, e que hoje sao orgulho para todos nós

segunda-feira, 25 de abril de 2011

HISTORIA DE SANTAREM



HISTORIA DE SANTAREM

A história de Santarém começa com a primeira notícia que se tem do contato do homem "civilizado" e os índios Tupaiús ou Tapajós. Nurandaluguaburabara seria, talvez, o chefe dos Tupaiús, citado pelo monge dominicano Frei Gaspar de Carvajal que fazia parte da expedição de Francisco Orellana pela região, em 1542.
Em 1626, dá-se a chegada dos novos habitantes na região, na maioria portugueses. O Começo da povoação de Santarém foi marcado pela luta de terras entre índios e brancos.
Santarém foi fundada pelo Pe. João Felipe Bettendorff, em 22 de junho de 1661, recebendo o nome em homenagem à cidade Portuguesa de Santarém. Logo ao chegar, o fundador construiu, de taipa, a primeira capela de Nossa Senhora da Conceição. Trinta e seis anos mais tarde, em 1697, ocorreu a inauguração da Fortaleza do Tapajós, numa colina próxima ao Rio Tapajós, para melhor proteção dos ataques de estrangeiros.
A Aldeia dos Tapajós, como era chamada, foi elevada à categoria de vila, em 14 de março de 1758, por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, o então governador da Província do Grão Pará, recebendo o nome de Santarém. Foi elevada à categoria de cidade, em 24 de outubro de 1848, em consequência de seu notável desenvolvimento.
[editar] Cronologia1542 - Primeira referência escrita de que se tem notícia com relação ao contato de brancos civilizados com os índios Tupaius ou Tapajós, onde se relata que Francisco Orellana saqueou as plantações de roça e milho desses índios.
1626 - Pedro Teixeira - Capitão Português - Chega à taba dos Tupaius com o objetivo de comprar silvícolas prisioneiros de guerra de outras tribos, para depois escravizá-los. No entanto, os Tupaius não aceitavam esse tipo de negócio, cabendo ao Capitão adquirir esteiras e outras curiosidades, além de manter um ótimo relacionamento com os índios.
1639 - Bento Maciel - Sargento-mor da Capitania do Cabo Norte - investe de surpresa sobre a aldeia dos Tapajós, com fúria implacável, dizimando grande número de índios.
1659 - Padre Antônio Vieira - Primeiro Jesuíta que veio expressamente ao Tapajós.

1661 - 22 de junho: Padre João Felipe Bettendorf instala missão na aldeia dos Tapajós, dando origem à cidade de Santarém.

1697 - Inauguração da Forte dos Tapajós.

1757 - Extinção das Missões Religiosas.

1758 - Aldeia dos Tapajós é elevada à categoria de Vila pelo Capitão-general Francisco Xavier de Mendonça Furtado (governador da Província do Grão-Pará), recebendo o nome de Santarém, em homenagem à cidade de Santarém em Portugal.

1761 - Um século após a construção da primeira capelinha de Nossa Senhora da Conceição, é iniciada a edificação da nova igreja mais a leste.

1819 - Visitam a Vila de Santarém os cientistas europeus Carlos Frederico Von Martius e Johann Baptist Von Spix.

1828 - O Legislativo passa a denominar-se Câmara Municipal, através de Lei Imperial.

1829 - 1 de junho: Instalação da primeira Câmara Municipal.

1835 - Início da Cabanagem - movimento revolucionário popular, cujo nome deriva do fato de que a grande maioria dos revolucionários era de origem humilde, habitantes de barracas ou cabanas.

1848 - 24 de outubro: A Vila de Santarém, pela Lei nº 145, é elevada à categoria de Cidade.

1853 - Início da construção da antiga Prefeitura Municipal.

1853 - Outubro: Circula em Santarém o primeiro jornal da cidade com o nome de Amazoniense.

1867 - 17 de setembro: Chegada a Santarém dos primeiros confederados norte-americanos para instalar colônia.

1888 - 13 de maio: Santarém antecipa-se à Lei Áurea extinguindo a escravatura.

1896 - 28 de junho: Inauguração do Teatro Vitória.

1900 - 3 de maio: Inauguração do Grupo Escolar de Santarém (atual Frei Ambrósio). É a mais antiga escola em funcionamento na cidade de Santarém.

1903 - 21 de setembro: Criação da Prelazia de Santarém, através do decreto "Romani Pontifices" do Papa Pio X.

1904 - 29 de setembro: Instalação solene da Prelazia de Santarém e posse do primeiro prelado Monsenhor Frederico Benício de Sousa Costa.

1907 - 3 de agosto: Chegada a Santarém dos primeiros franciscanos chefiados por Frei Amando Bahlmann.

1908 - A Prelazia de Santarém é oficialmente confiada aos franciscanos, sendo Frei Amando Bahlmann nomeado Prelado.

1910 - Fundação da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição por Dom Amando Bahlmann e Madre Maria Imaculada.

1915 - 31 de maio: Inauguração do novo convento e orfanato de Nossa Senhora de Lourdes (atual Colégio Santa Clara).

1918 - Criação e funcionamento da Escola São Francisco por Frei Ambrósio Philipsenburg.

1919 - 29 de novembro: Realização do primeiro Círio de Nossa Senhora da Conceição em Santarém.

1928 - Chegada a Santarém de navios trazendo homens e máquinas enviados por Henry Ford para a implantação da Companhia Ford Industrial do Brasil. Fordlândia (município de Itaituba) e depois Belterra (município de Santarém) foram os locais escolhidos pelos técnicos de Ford para o cultivo em grande escala da seringueira.

1940 - 2 de julho: Inauguração do primeiro estabelecimento bancário em Santarém, sub-agência do Banco do Brasil S/A.

1942 - Criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) através de acordo firmado entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos da América do norte. Mais tarde, já sob a tutela exclusiva do governo brasileiro foi transformado em Fundação.

1943 - 14 de março: Inauguração do Ginásio Dom Amando.

1943 - 25 de junho: Chegada a Santarém dos quatro primeiros sacerdotes franciscanos da Província do Sagrado Coração de Jesus, dos Estados Unidos da América do Norte.

1948 - 16 de março: Instalação da Escola Técnica de Comércio do Baixo Amazonas Rodrigues dos Santos.

1948 - 15 de outubro: Criação do Instituto Batista de Santarém.

1948 - 24 de outubro: Inauguração da Rádio Clube de Santarém.

1954 - 24 de outubro: Inauguração do Serviço Telefônico de Santarém, com duzentos aparelhos automáticos, instalados pela Empresa Telefônica de Santarém Ltda.

1960 - Instalação do Ginásio Normal São Raimundo Nonato, dirigido pelas Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo.

1962 - 1 de maio: Realização da solenidade de lançamento da pedra fundamental para a construção da primeira escola pública a nível secundário Colégio Estadual Prof. Álvaro Adolfo da Silveira.

1964 - 5 de julho: Inauguração da Rádio Emissora de Educação Rural de Santarém Ltda.

1969 - 12 de setembro: Inclusão de Santarém na Área de Segurança Nacional, através do Decreto Lei nº 866. A partir desse momento, o santareno não mais poderia escolher o seu prefeito, que passaria a ser nomeado pelo Presidente da República.

1970 - 14 de julho: Criação da Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), através do Decreto nº 7.125. A instalação oficial deu-se a 24 de julho.

1970 - 24 de agosto: Chegada a Santarém do Destacamento Precursor do recém-criado 8º Batalhão de Engenharia de Construção, do Exército Brasileiro, objetivando a implantação da rodovia Santarém-Cuiabá.

1970 - 12 a 19 de dezembro: Realização do 1º Festival de Música Popular do Baixo Amazonas.

1971 - 14 de outubro: Implantação do Campus Avançado da Universidade Federal de Santa Catarina em Santarém.

1974 - 11 de fevereiro: Inauguração do Cais do Porto de Santarém pelo Presidente da República General Emílio Garrastazu Médici.

1977 - 19 de agosto: Inauguração da Hidrelétrica de Curuá-Una, primeira hidrelétrica construída na Amazônia.

1979 - 26 de maio: Inauguração da TV Tapajós, pioneira em Santarém.

1980 - 6 de dezembro: Inauguração da estação rastreadora de Santarém pela Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL), possibilitando assim o funcionamento de canais de telefonia, telex e a captação de transmissões de televisão.

1981 - 12 de julho: Inauguração do Anfiteatro Joaquim Toscano na praça Barão de Santarém.

1984 - Implanta-se em Santarém a primeira empresa de informática, a SANDATA - Comércio e Implantação de Microcomputadores Ltda

1985 - Criação em Santarém da primeira instituição de ensino de 3º grau do interior do Pará, o Instituto Santareno de Ensino Superior (ISES).

1985 - 15 de novembro: Eleição direta para prefeito, conforme decisão do Congresso Nacional, para municípios de área de segurança nacional.

1987 - 11 de março: Reinauguração da Casa de Cultura de Santarém, que por Decreto do Governador Jáder Barbalho passou a chamar-se Casa de Cultura Historiador João Santos.

1987 - 11 de março: Inauguração da primeira etapa do Estádio Jáder Barbalho.

1990 - Instalação em Santarém da Universidade Luterana do Brasil.

1991 - 22 de junho: Inauguração do novo prédio da Prefeitura Municipal Palácio Senador Jarbas Gonçalves Passarinho.

1993 - 20 de agosto: Implantação do Polo Santarém da Fundação Carlos Gomes pela professora Maria da Glória Boulhosa Caputo.

1993 - o Instituto Santareno de Ensino Superior (ISES) se torna as Faculdade Integradas do Tapajós(FIT), com sus sede própria, saindo do espaço que pertençe a escola São Francisco de Assis, que funcionava até então

1994 - 10 de agosto: Instalação da Escola de Música Maestro Wilson Fonseca, nas dependências da Casa de Cultura.

1995 - 15 de setembro: Posse do maestro Wilson Fonseca em Belém na Academia Paraense de Letras.

1995 - 8 de dezembro: Criação da 1a. Caminhada de Fé com Maria, por Pe. Auricélio Paulino. Mojuí dos Campos a Santarém - 37 Kms - Nossa senhora da Conceição.

2001 – Inauguração da Orla de Santarém e do Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES.

2002 – Falecimento do Maestro Wilson Dias da Fonseca (Isoca).

2003 – Inauguração da Cargill em Santarém.

2007 - Chegada do novo Bispo de Santarém, Dom Esmeraldo.

2009 - Criação da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). A primeira universidade pública com sede no interior do estado.

2010 - 25 de agosto: Inauguração do Paraíso Shopping Center, o primeiro shopping da cidade.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

III ENCONTRO DE NOVOS PESQUISADORES EM HISTÓRIA

03 A 06 DE MAIO DE 2011
LOCAL: BAHIA


nformamos que as inscrições para o III Encontro de Novos Pesquisadores em História foram prorrogadas até o dia 28 de fevereiro de 2011. Serão aceitas as propostas de comunicação e mini-curso até 23:59h deste dia.
Atenciosamente,
Comissão Organizadora

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011