quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Em Outubro de 2005, a Conferência Geral da UNESCO adoptou por aclamação a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. Pela primeira vez na história da bioética, os Estados-membros comprometeram-se, e à comunidade internacional, a respeitar e aplicar os princípios fundamentais da
bioética condensados num texto único.
Ao tratar das questões éticas suscitadas pela medicina, ciências da vida e tecnologias associadas na sua aplicação aos seres humanos, a Declaração, tal como o seu título indica, incorpora os princípios que enuncia nas regras que norteiam o respeito pela dignidade humana, pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. Ao consagrar a bioética entre os direitos humanos internacionais e ao garantir o respeito pela vida dos seres humanos, a Declaração reconhece a interligação que existe entre ética e direitos humanos
no domínio específico da bioética.
Conjuntamente com a Declaração, a Conferência Geral da UNESCO adoptou uma resolução em que apela a todos os Estados-membros para que desenvolvam todos os esforços no sentido da efectiva aplicação dos princípios enunciados na Declaração e me convida a tomar as medidas apropriadas para assegurar o acompanhamento da declaração, incluindo a sua divulgação tão ampla quanto possível.
A presente brochura constitui um primeiro instrumento de divulgação da Declaração e pretende dar um contributo significativo para o conhecimento da Declaração à escala mundial e para a compreensão dos princípios nela enunciados, de modo a que os seres humanos, estejam onde estiverem, possam beneficiar dos avanços científicos e tecnológicos, no quadro do respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais.
Koïchiro Matsuura
Consciente da capacidade única dos seres humanos de reflectir sobre a sua existência e o seu meio ambiente, identificar a injustiça, evitar o perigo, assumir responsabilidades, procurar cooperação e dar mostras de um sentido moral que dá expressão a princípios éticos, Considerando os rápidos progressos da ciência e da tecnologia, que cada vez mais influenciam a nossa concepção da vida e a própria vida, de que resulta uma
forte procura de resposta universal para as suas implicações éticas,
Reconhecendo que as questões éticas suscitadas pelos rápidos progressos da ciência e suas aplicações tecnológicas devem ser examinadas tendo o devido respeito pela dignidade da pessoa humana e o respeito universal e efectivo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, Convicta de que é necessário e oportuno que a comunidade internacional enuncie princípios universais com base nos quais a humanidade possa responder aos dilemas e controvérsias, cada vez mais numerosos, que a ciência e a tecnologia
suscitam para a humanidade e para o meio ambiente, Recordando a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 10 de Dezembro de 1948, a Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos adoptada pela Conferência Geral da UNESCO em 11 de Novembro de 1997 e a Declaração Internacional sobre os Dados Genéticos Humanos adoptada pela Conferência Geral da UNESCO em 16 de Outubro de 2003, Tendo presentes o Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais e o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, adoptados em 16 de Dezembro de 1966, a Convenção Internacional das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 21 de Dezembro de 1965, a Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, de 12 de Dezembro de 1979, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, de 20 de Novembro de 1989, a Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica, de 5 de Junho de 1992, as Regras Gerais sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas com Deficiência, adoptadas pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 1993, a Recomendação da UNESCO Relativa à Condição dos Investigadores Científicos, de 20 de Novembro de 1974, a Declaração da UNESCO sobre a Raça e os Preconceitos Raciais, de 27 de Novembro de 1978, a Declaração da UNESCO sobre as Responsabilidades das Gerações Presentes para com as Gerações Futuras, de 17 de Novembro de 1997, a Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural, de 2 de Novembro de 2001, a Convenção nº169 da OIT relativa aos Povos Indígenas e Tribais nos Países Independentes, de 27 de Junho de 1989, o Tratado Internacional para os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura, adoptado pela Conferência da FAO em 3 de Novembro de 2001
A Conferência Geral, Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos* e em vigor desde 29 de Junho de 2004, o Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio (ADPIC), anexo ao Acordo de Marraquexe que instituiu a Organização Mundial do Comércio, em vigor desde 1 de Janeiro de 1995, a Declaração de Doha sobre o Acordo sobre os ADPIC e a Saúde Pública, de 14 de Novembro de 2001 e os outros instrumentos internacionais relevantes adoptados pela Organização das Nações Unidas e as agências especializadas do sistema das Nações Unidas, em particular
a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), Tendo igualmente presentes os instrumentos internacionais e regionais no domínio da bioética, nomeadamente a Convenção para a Protecção dos Direitos Humanos e da Dignidade do Ser Humano no que toca à Aplicação da Biologia e da Medicina, a Convenção sobre os Direitos Humanos e a Biomedicina do Conselho da Europa, adoptada em 1997 e em vigor desde 1999, com os seus Protocolos adicionais, e bem assim as legislações e regulamentações nacionais no domínio da bioética e os códigos de conduta, princípios orientadores e outros textos internacionais e regionais no domínio da bioética, tais como a Declaração de Helsínquia da Associação Médica Mundial sobre os Princípios Éticos Aplicáveis às Investigações Médicas sobre Sujeitos Humanos, adoptada em 1964 e emendada em 1975, 1983, 1989, 1996 e 2000, e os Princípios Orientadores Internacionais de Ética da Investigação Biomédica sobre Sujeitos
Humanos adoptados pelo Conselho das Organizações Internacionais de Ciências Médicas em 1982 e emendados em 1993 e 2002, Reconhecendo que a presente Declaração deve ser entendida de uma forma
compatível com o direito nacional e internacional em conformidade com o direito
relativo aos direitos humanos, Recordando o Acto Constitutivo da UNESCO, adoptado em 16 de Novembro de 1945, Considerando que a UNESCO tem um papel a desempenhar na promoção de princípios universais assentes em valores éticos comuns que orientem o desenvolvimento científico e tecnológico e bem assim as transformações sociais, com vista a identificar os desafios que se levantam no domínio da ciência e da tecnologia tendo em conta a responsabilidade das gerações presentes para com
as gerações futuras, e que é necessário tratar as questões de bioética, que têm necessariamente uma dimensão internacional, no seu conjunto, aplicando os princípios já enunciados na Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos e a Declaração Internacional sobre os Dados Genéticos
Humanos, e tendo em consideração não apenas o contexto científico actual mas também as perspectivas futuras, Consciente de que os seres humanos fazem parte integrante da biosfera e têm um papel importante a desempenhar protegendo-se uns aos outros e protegendo as outras formas de vida, em particular os animais,
Reconhecendo que, baseados na liberdade da ciência e da investigação, os progressos da ciência e da tecnologia estiveram, e podem estar, na origem de grandes benefícios para a humanidade, nomeadamente aumentando a esperança de vida e melhorando a qualidade de vida, e sublinhando que estes progressos deverão sempre procurar promover o bem-estar dos indivíduos, das famílias, dos grupos e das comunidades e da humanidade em geral, no reconhecimento da dignidade da pessoa humana e no respeito universal
e efectivo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, Reconhecendo que a saúde não depende apenas dos progressos da investigação científica e tecnológica, mas também de factores psicossociais e culturais, Reconhecendo também que as decisões relativas às questões éticas suscitadas pela medicina, pelas ciências da vida e pelas tecnologias que lhes estão associadas podem ter repercussões sobre os indivíduos, as famílias, os grupos ou comunidades e sobre a humanidade em geral, Tendo presente que a diversidade cultural, fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, é necessária à humanidade e, neste sentido, constitui património comum da humanidade, mas sublinhando que ela não pode ser invocada em detrimento dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, Tendo igualmente presente que a identidade da pessoa tem dimensões biológicas, psicológicas, sociais, culturais e espirituais, Reconhecendo que comportamentos científicos e tecnológicos contrários à ética têm repercussões particulares nas comunidades autóctones e locais, Convicta de que a sensibilidade moral e a reflexão ética devem fazer parte integrante do processo de desenvolvimento científico e tecnológico e de que a bioética deve ter um papel fundamental nas escolhas que é necessário fazer, face aos problemas suscitados pelo referido desenvolvimento, Considerando que é desejável desenvolver novas formas de responsabilidade social que assegurem que o progresso científico e tecnológico contribui para a justiça, a equidade e o interesse da humanidade, Reconhecendo que um meio importante de avaliar as realidades sociais e alcançar a equidade é prestar atenção à situação das mulheres,
Sublinhando a necessidade de reforçar a cooperação internacional no domínio da bioética, tendo particularmente em conta as necessidades específicas dos países em desenvolvimento, das comunidades autóctones e das populações vulneráveis, Considerando que todos os seres humanos, sem distinção, devem beneficiar das mesmas elevadas normas éticas no domínio da medicina e da investigação em ciências da vida,
Proclama os princípios que se seguem e adopta a presente Declaração.

Prevenção da Aids sem hipocrisia

Conceitos anticristãos e ateístas dificilmente conseguirão dar boas soluções aos problemas da Saúde Pública brasileira. Observe que tais conceitos costumam dar ênfase às embalagens mas desprezam os conteúdos. Os adeptos destas filosofias concebem projetos muito bem maquiados, por fora, mas, internamente, são falhos e ineficientes. As campanhas de prevenção da Aids, dos últimos anos, estão muito mais para propaganda de promiscuidade sexual do que campanhas de prevenção. De fato, o objetivo principal é louvável, mas os efeitos colaterais, dessas campanhas, são desastrosos e atingem toda a população.
As propagandas de camisinha, por exemplo, são de alto risco porque a Aids é conseqüência do meio promíscuo. Por isso, as campanhas que indiretamente estimulam a promiscuidade (a multiplicidade de parceiros, sob o título de “sexo seguro”), podem aumentar a proliferação da Aids especialmente entre os jovens e os adolescentes. Note que, se para um adulto maduro já é difícil interromper um “aquecimento” para vestir esse preservativo, imagine para um adolescente na flor das descobertas. Além disso, os adolescentes estão sendo estimulados a fazer sexo cada vez mais cedo por estas próprias campanhas que deveriam estar minimizando, e não agravando o problema.


Outros Assuntos
Causas da Violência

Amor ao próximo

Preconceitos

Aposentadoria justa

Bem-sucedido

Capitalismo ?
















Protestantes






Em 1999, algumas campanhas chegaram ao absurdo de com¬parar e substituir o anel de casamento por camisinha. Uma visão totalmente pagã e que só serve para multiplicar ainda mais todos os problemas de origens sexuais. A pessoa tem que ser muito ingênua para acreditar que um casal, que vive junto como marido e mulher, vai usar camisinha freqüentemente em obediência às propagandas do Ministério da Saúde.
As campanhas atuais podem promover alguns esclarecimentos realmente benéficos, mas servem também para popularizar o sexo entre crianças e adolescentes, estimular a prostituição juvenil, enfraquecer os laços familiares e propagar a vulgaridade e o desrespeito.
Se marido e mulher precisam se prevenir contra a Aids, esta prevenção passa principalmente pela fidelidade conjugal, e não pelo uso de camisinha. A expansão da Aids nunca foi uma simples conseqüência da prática sexual, na realidade ela é conseqüência da depravação sexual, e é essa depravação que precisa ser combatida com um padrão de comportamento menos vulgar.
As filosofias que tentam solucionar problemas sociais com técnicas paliativas e “jeitinhos”, sempre resultam num tiro pela culatra. Os índices estatísticos estão freqüentemente nos noticiários para comprovar esta realidade. A gravidez indesejada, a prostituição juvenil, a própria Aids e outras doenças de origens sexuais aumentaram principalmente entre os jovens e adolescentes. Portanto, temos que abandonar as filosofias atéias e pagãs e aplicar os princípios cristãos (estimulando a conduta cristã) para colhermos bons resulta¬dos imediatos e permanentes.
Se o Ministério da Saúde abandonasse as propagandas de técnicas sexuais “aparentemente seguras”, e usasse de métodos respeitosos e reverentes para ensinar o adolescente a conter-se, aguardando a idade adequada (ocupando-se com atividades esportivas, por exemplo), e procurando encontrar um único companheiro(a) para uma vida a dois, o Brasil reduziria todos os problemas de saúde e reduziria também muitos outros problemas sociais provocados pela promiscuidade (infidelidade) e precocidade sexual.
É lógico que os jovens e adolescentes não iriam seguir à risca esta orientação, mas passariam a olhar com muito mais respeito para esta questão. O simples silêncio do governo, e da mídia, já seria melhor do que a atual publicidade de sexo que estas instituições vêm fazendo entre crianças e adolescentes. O sexo é maravilhoso e útil no tempo adequado, "precocemente" é destrutivo e gera graves conseqüências sociais. Toda publicidade de “camisinha”, seja na rua ou na TV, torna-se danosa à sociedade porque transforma-se abertamente em propaganda de sexo.
A persistência do assunto sexo, erotismo e namoro infantil na mídia (mesmo sob a desculpa de prevenção à saúde e educação sexual), pode transformar o Brasil num grande prostíbulo. O comportamento promíscuo certamente vai gerar crianças deformadas e com as mais diversas anomalias humanas, sejam físicas ou comportamentais.
Precisamos dar um pouco mais de crédito aos ensinamentos bíblicos para visualizarmos as verdadeiras soluções.

Cabanagem 1835 - 40



A Cabanagem (1835-1840) foi a revolta na qual negros, índios e mestiços se insurgiram contra a elite política e tomaram o poder no Pará (Brasil). Entre as causas da revolta encontram-se a extrema pobreza das populações ribeirinhas e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a independência do Brasil.De cunho popular, contou com a participação de elementos das camadas média e alta da região, entre os quais se destacam os nomes do padre João Batista Gonçalves Campos, do jornalista Vicente Ferreira Lavor Papagaio[1].

Origem do nome

A denominação "Cabanagem" remete ao tipo de habitação da população ribeirinha, constituída por mestiços, escravos libertos e indígenas.

História

Após a Independência do Brasil, a Província do Grão-Pará mobilizou-se para expulsar as forças reacionárias que pretendiam manter a região como colônia de Portugal. Nessa luta, que se arrastou por vários anos, destacaram-se as figuras do cônego e jornalista João Batista Gonçalves Campos, dos irmãos Vinagre e do fazendeiro Félix Clemente Malcher. Formaram-se diversos mocambos de escravos foragidos e eram freqüentes as rebeliões militares. Terminada a luta pela independência e instalado o governo provincial, os líderes locais foram marginalizados do poder. A elite fazendeira do Grão-Pará, embora com melhores condições, ressentia-se da falta de participação nas decisões do governo central, dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste.Em julho de 1831 estourou uma rebelião na guarnição militar de Belém do Pará, tendo Batista Campos sido preso como uma das lideranças implicadas. A indignação do povo cresceu, e em 1833 já se falava em criar uma federação. O presidente da província, Bernardo Lobo de Sousa, desencadeou uma política repressora, na tentativa de conter os inconformados. O clímax foi atingido em 1834, quando Batista Campos publicou uma carta do bispo do Pará, Romualdo de Sousa Coelho, criticando alguns políticos da província. Por não ter sido autorizada pelo governo da Província, o cônego foi perseguido, refugiando-se na fazenda de seu amigo Clemente Malcher. Reunindo-se aos irmãos Vinagre (Manuel, Francisco Pedro e Antônio) e ao seringueiro e jornalista Eduardo Angelim reuniram um contingente de rebeldes na fazenda de Malcher. Antes de serem atacados por tropas governistas, abandonaram a fazenda. Contudo, no dia 3 de novembro, as tropas conseguiram matar Manuel Vinagre e prender Malcher e outros rebeldes. Batista Campos morreu no último dia do ano, ao que tudo indica de uma infecção causada por um corte que sofreu ao fazer a barba.

O movimento

Em 6 de janeiro de 1835, liderados por Antônio Vinagre, os rebeldes (tapuios, cabanos, negros e índios) tomaram de assalto o quartel e o palácio do governo de Belém, nomeando Félix Antonio Clemente Malcher presidente do Grão-Pará. A Cabanagem apenas começava. Os cabanos, em menos de um dia, atacaram e conquistaram a cidade de Belém, assassinando o presidente Lobo de Souza e o Comandante das Armas, e apoderando-se de uma grande quantidade de material bélico. No dia 7, Clemente Malcher foi libertado e escolhido como presidente da província e Francisco Vinagre para Comandante das Armas. O governo cabano não durou por muito tempo, pois o novo presidente, Félix Malcher - tenente-coronel, latifundiário, dono de engenhos de açúcar - era mais identificado com os interesses do grupo dominante derrotado, é deposto em 19 de fevereiro de 1835, com o apoio das classes dominantes e pretendia manter a província unida ao Império do Brasil.Francisco Vinagre, Eduardo Angelim e os cabanos pretendiam se separar. O rompimento aconteceu quando Malcher mandou prender Angelim. As tropas dos dois lados entraram em conflito, saindo vitoriosas as de Francisco Vinagre. Clemente Malcher, assassinado, teve o seu cadáver arrastado pelas ruas de Belém.Agora na presidência e no Comando das Armas da Província, Francisco Vinagre não se manteve fiel aos cabanos. Se não fosse a intervenção de seu irmão Antônio, teria entregue o governo ao poder imperial, na pessoa do marechal Manuel Jorge Rodrigues (julho de 1835).




 Devido à sua fraqueza e ao reforço de uma esquadra comandada pelo almirante inglês Taylor, os cabanos foram derrotados e se retiraram para o interior. Reorganizando suas forças, os cabanos atacaram Belém, em 14 de agosto. Após nove dias de batalha, mesmo com a morte de Antônio Vinagre, os cabanos retomaram a capital.Eduardo Angelim assumiu a presidência. Durante dez meses, a elite se viu atemorizada pelo controle cabano sobre a província do Grão-Pará. A falta de um projeto com medidas concretas para a consolidação do governo rebelde, provocaram seu enfraquecimento. Diante da vitória das forças de Angelim, o império reagiu e nomeou, em março de 1836, o brigadeiro Francisco José de Sousa Soares de Andréa como novo presidente do Grão-Pará, autorizando a guerra total contra os cabanos. Em fevereiro, quatro navios de guerra se aproximavam de Belém, prontos para atacar uma cidade tomada pela desordem, fome e varíola. No dia 13 de maio de 1836, o brigadeiro d'Andrea estacionou sua esquadra em frente a Belém e bombardeou impiedosamente a cidade. Os cabanos insurgentes escapavam pelos igarapés em pequenas canoas, enquanto Eduardo Angelim e alguns líderes negociavam a fuga.
O brigadeiro d'Andrea, entretanto, julgando que Angelim, mesmo foragido, seria uma ameaça, determinou que seus homens fossem ao seu encalço. Em outubro de 1836, numa tapera da selva, ao lado de sua mulher, Angelim foi capturado, tornado prisioneiro na fortaleza da Barra, até seguir para o Rio de Janeiro. A cabanagem, porém, não acabou com a prisão de Eduardo Angelim. Os cabanos lutaram até 1840 (internados na selva), até serem literalmente exterminados: nações indígenas foram chacinadas: os murá e os mauê praticamente desapareceram.Calcula-se que de 30 a 40% de uma população estimada de 100 mil habitantes morreu. Em 1833 o Grão-Pará tinha 119.877 habitantes; 32.751 eram índios e 29.977, negros escravos. A maioria mestiça ("cruzamento" de índios, negros e brancos) chegava a 42 mil. A minoria totalizava 15 mil brancos, onde mais da metade eram portugueses.[2]Em homenagem ao movimento Cabano foi erguido um monumento, projetado pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer, na entrada da cidade de Belém : o Memorial da Cabanagem.

Bibliografia

  • CHIAVENATO, Júlio José. Cabanagem, o povo no poder. São Paulo: Brasiliense, 1984.
  • CHIAVENATO, Júlio José. As lutas do povo brasileiro. São Paulo: Moderna, 1988.
  • CHIAVENATO, Júlio José. As lutas do povoado contra os elites. são paulo: moderno, 1989


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

JOÃO GOULART

João Goulart, foi ministro do trabalho de Getulio Vargas e era considerado seu herdeiro politico. foi vice no mandato de JK e vice de Jânio Quadros, estava em visita a China quano Jânio renuncio, e enfrentou a oposição da UDN que tentou impedir que Jango como era chamada tomasse posse. assumiu inicialmente no misto de parlamentarismo e presidencialismo e somente em 1963 conseguiu de fato o poder. sua maior ousadia foi tentar implantar as Reformas de base no Brasil. que iria moderninzar o Brasil, criando no minimo 10 milhoes de novos consumidores e agricultores. sua proposta de reforma agrária atingiria somente as grandes propriedades e improdutivas. tal ousadia lhe rendeu a alcunha de comunista. foi destituído do poder por um golpe militar em 31 de março de 1964

terça-feira, 21 de julho de 2009

A REVOLUÇÃO RUSSA1917


Introdução
No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).

Rússia Czarista
Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os governo do czar.
No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar.
Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.

Lênin fala aos revolucionários em 1917

A Rússia na Primeira Guerra Mundial
Faltava alimentos na Rússia czarista, empregos para os trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rússia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuízos fizeram aumentar ainda mais a insatisfação popular com o czar.

Greves, manifestações e a queda da monarquia
As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo território russo. Ocorriam muitas vezes motins dentro do próprio exército russo. As manifestações populares pediam democracia, mais empregos, melhores salários e o fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisório.

A Revolução Russa de outubro de 1917
Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores.
Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).

A formação da URSS
Após a revolução, foi implantada a URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico, principalmente após a NEP ( Nova Política Econômica ). A URSS tornou-se uma grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de democracia imperava na URSS.

A VERDADE SOBRE A CHEGADA DO HOMEM A LUA


Se você chegou a esta página porque acabou de ver uma parte surpreendente da gravação mostrando que a chegada da Apollo 11 na Lua foi feita em um estúdio, então continue lendo. Se você não viu o clipe, clique no link no fim da página, e se prepare para ficar assombrado.

No dia 20 de julho de 1969 às 4:17 p.m., Neil Armstrong foi visto na televisão por milhões de pessoas ao redor do mundo aparentemente caminhando na superfície da lua, e dando um gigantesco salto nas páginas da história. MAS, ELE REALMENTE FEZ ISSO? Teorias de conspiração abundam na Internet.

A parte da gravação que você acabou de ver responde a pergunta - mas traz muitas outras. Nós não sabemos as respostas pra todas estas perguntas - mas aqui está o que nós sabemos:

1) é real?
Sim. Esta gravação foi feita claramente em um estúdio, e tem a clara intenção de representar a chegada na Lua da Apollo 11. A atenção para os detalhes é cambaleante. A intenção é claramente a de enganar os espectadores para que acreditem que a gravação é genuína.

2) é conclusivo?
Não. Não há nenhuma prova de que porque essa gravação foi feita em um estúdio, a chegada à lua foi necessariamente uma falssificação. Mas nós sabemos que a gravação não-digital original foi destruída e que certas pessoas (perigosas) estão muito bravas com o fato desse clipe ter vazado.

3) como nós o conseguimos?
Nós não o obtivemos diretamente de uma fonte da NASA. Nossa fonte está bem colocada para atestar a autenticidade da gravação e teve ligações com os produtores de 2 recentes documentários, um para a BBC e um para a CNN sobre as conspirações envolvendo a chegada do homem à Lua. Nós não podemos revelar a identidade dele, e provavelmente nunca seremos capazes disso. A posição dele é mais perigosa do que você poderia imaginar.

4) por que eu não vi isto antes?
A gravação foi enterrada durante mais de 30 anos. Todos os originais, exceto essa parte, foram destruídos. Nós a temos há mais de 2 anos e naquele tempo entramos em contato (anonimamente) com quase todos os donos de grandes redes de televisão para vender os direitos. Sem exceção, eles estavam interessados e queriam comprá-la. Então, em um certo ponto, todos eles, sem exceção, mudaram de idéia e começaram a tentar descobrir quem nós éramos. Naquele ponto, nós deixamos de negociar com eles. Foi muito assustador.

5) como, quando e onde foi feito?
Foi feito em 1965, julgando pela câmera em que ela foi feita - uma Ikegami Tubo. Nós temos evidência de que a gravação foi feita fora do EUA - possivelmente na Europa, por uma equipe estrangeira.

6) quem está dentro da roupa espacial?
Nenhum dos astronautas originais. Na realidade, eles estão totalmente desavisados de que esta gravação foi feita. O sujeito na roupa espacial é um ator chamado Symond Lewis.

7) por que está na Internet e não na televisão?
Veja o ponto 4

8) Qual é a reação da Nasa a esta gravação?
Eles se recusaram a comentar. Mas nós ouvimos recentemente que eles estão aumentando os esforços em uma enorme campanha para convencer a todos nós que as aterrissagens de todas as Apollo aconteceram.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A ESCRAVIDÃO É UM CRIME




A História do Brasil contada pode ser resumida num conto Macabro. Neste, o criminoso se apresenta em praça pública ainda com as mãos ensangüentadas e dentro do sinistro cinismo nos interroga:
De que crime vocês falam? Têm certeza de que a vítima existia?
Alguém mais atento ao curso da conversa pergunta indignado:
Por que o senhor esconde as mãos?
Aí passam horas num debate inútil, mas significativo do porquê dele não mostrar as mãos. Da questão central do crime e do criminoso, a história varia do porquê e se é possível duvidarmos de tão ilustre pessoa.
Bom, os dias, por vezes meses, passam e por descuido ele se apresenta ainda com as mãos ensangüentadas. Daí, nós dizemos:
Veja! As mãos estão ensangüentadas!
E eles nos dizem:
Mas não é sangue humano. È que ele tem uma granja e exerce, nas
horas vagas, entre a advocacia e a administração, a distração do ofício de estrangular galinhas.
Outro longo debate se vai. Por umas e outras fica patente que o sangue nas mãos é humano. Daí a história ganha outros contornos. Sim, é humano, mas isto não prova crime algum. Pode até ser que o sangue seja da bondade deste senhor em socorrer uma vítima moribunda. Vai aí até a arrogância em dizer que nós negros somos todos iguais. Somos ingratos, incapazes de reconhecer a ajuda, a mão estendida de quando nós esvaímos em sangue.
A explicação do porquê nós esvaímos em sangue está nas nossas brigas entre vizinhos nos cortiços e favelas, nos acertos de contas entre as guerras de gangues. Veja, vão dizer: vocês, ou seja, nós é que somos violentos. Ainda ousamos acusar tão nobres senhores de criminosos.
Mas as suas mãos continuam sujas de sangue humano, de sangue indiscutivelmente negro. Bom, é difícil dizer. Vai alegar que não sabemos se o sangue é negro ou não. Nós sabemos que é, mas a dúvida agora relançada é se o sangue é negro ou não. Evolui a duvida sobre as comprovações. Eliminada as duvidas, é negro, então, para surpresa nossa e para desgaste do debate vão perguntar se é dos negros bons ou ruins. Sim, pode ser negro, mas dos negros ruins. Na pirâmide do absurdo social vivido, o crime não vai ser moralmente condenado pelo crime, mas se foi supostamente seres bons ou ruins.
Mas as mãos continuam sujas de sangue. A nossa prolixa argumentação começa a incomodar. Alguns brancos começam a ficar preocupados que possa ser mesmo sangue humano. Uns têm a horrenda sensação da angústia que possa ser sangue humano e não apenas negro. Daí, para muitos, o fato torna-se preocupante. Na dúvida, talvez seja preciso pensar em fazer alguma justiça. Vai-se mais a fundo na história. Fica determinado que é sangue humano. Que é sangue humano negro, mas que existe também traços de sangue branco.
Seria suficiente para a condenação? Não. Fazendo uso ainda de manobras jurídicas, o criminoso das mãos ensangüentadas pergunta-nos:
- Mas se houve crime, onde está o corpo? De quem é o corpo? De onde veio este corpo?
E por falta de resposta nada se faz.
O tempo passa, mas nem tudo cicatriza. No crime, houve roubo e riquezas são processadas na continuidade dos crimes, nas ausências de justiça. Nas ausências da base ética e moral para se falar sobre os crimes, outros crimes se processam e proliferam. Vêm todos agora com mãos ensangüentadas. Alguns hoje especializados em máquinas automáticas de matar e processar vítimas, como fábricas de sanduíches, que elimina as horrendas aparições de mãos ensangüentadas.
Mais ainda, alguns senhores aparecem com as mãos ensangüentadas e nós continuamos dizendo que a escravidão foi um crime e que como crime, ela é imprescritível, inafiançável e inalienável.
Nova polêmica se forma, não sobre os fundamentais princípios humanos sobre o crime e suas conseqüências. Sobre se é possível o sangue durar nas mãos tanto tempo. Que é mais prático, moderno e civilizado partirmos para uma discussão nova. Tudo não passa de arcadismos daqueles (apontando para nós) que ficam cavando nas covas da história. Há quem vá dizer que a modernidade implica em olhar para frente. Que vai perder o jato da história quem olhar para a história passada, ou seja, para trás.
Convencidos do moderno, do limpo, do educado, do informatizado vai fundando uma geração preocupada em esquecer os crimes do escravismo. De esquecer quem nós somos como conjunto e pensando no novo paradigma da sociedade pós-industrial. O sucesso pela competência individual. É que nós estamos pensando que quase tudo foi contado. O culto é apenas aos outros lados da história que os imediatismos não nos deixam ver, muito menos antever e é daí que surgem sempre as fraquezas do meu, individual, plano estratégico de sucesso, que não é mais nada do que um plano individual quase suicida de sobrevivência.
Um dia, quase que por descuido, por simples distração em olhar para o lado e ver a cara da competição através da competência. Estava ali, a competência branca. Ela não é individual. Ela é coletiva. Ela é coletiva desde a organização para impor o escravismo até hoje de usar da fortuna produzida no escravismo criminoso, sem sentir remorso, culpa, condenação ou mesmo alguma pressão em ter uma organização para usufruto daquilo que foi esquecido. Mesmo a fábrica de sanduíche é uma organização coletiva dos mesmos, organizados nos mesmos critérios, onde as competências individuais são resultados apenas das coletivas.
A consciência da inconsciência nos fez olhar para o que não estava programado para olhar. Aí vamos ver no retrato das histórias, que as competências negras são competências resultantes das competências coletivas, reunidas nos grupos negros de resistência ao escravismo criminosos. São as Irmandades Negras do Rosário e São Benedito, de onde saíram escritores e artistas plásticos negros, juristas e outra ordem de cargos públicos constituintes da ordem de homens livres, que as irmandades conseguiam livrar tanto do escravismo, como das outras barbáries eliminadoras das qualidades humanas.
Outras competências marcantes foram os movimentos pela abolição, aí articularam-se competências negras associadas à brancos literários, à indígenas em luta pelos mesmos ideais. Foi assim que competências negras como Luís Gama e José do Patrocínio passaram para a História Nacional. No centro de uma competência coletiva dos movimentos sociais, associadas a outras das irmandades.
Daí, temos que a maior competência histórica foram os Quilombos. Competência não apenas de organizar, combater, mas de produzir. Esta competência coletiva fixa as competências individuais de Zumbi, Manoel Congo e milhares de outros líderes quilombolas. A competência coletiva foi tão grande, enorme, que realizou mais de 2000 unidades em todo território nacional. Número que superou durante muito tempo mesmo o número de municípios do país, que hoje, com todo desenvolvimento, não passa de 5000.
A competência coletiva do quilombo nos transmite pelo menos duas valiosíssimas heranças. A posse da terra, os únicos negros que têm terras numa área maior que a França e a Inglaterra juntas são as Comunidades de Quilombos. Poucas vezes esta verdade foi encarada com a importância econômica que tem. Por isso, também se explica porque tanta gente tem se organizado para roubar as terras dos Quilombos e para eliminar as marcas históricas que possibilitam o traçado histórico desses Quilombos. A outra competência coletiva que o Quilombo nos legou e que é valiosíssima e nós temos por vezes, devido a um pragmatismo irresponsável e burro, jogado no lixo é a marca Quilombo. Ela é um símbolo forte das mais fortes organizações negras. Deveria, nesta sociedade de consumo e da guerra de marcas, nas quais as marcas valem muito mais do que as fábricas e os produtos, ser vista como competência, como uma marca forte. Atrás da marca Quilombo, tem vários marketings possíveis. Ela é o principal referencial da nossa dignidade histórica.
Agora individual, munidos de gravata, diploma, curso de inglês e informática, não são as suas sacrificadas competências individuais que vão te fazer driblar os racismos. Muito menos os pequenos sucessos, os modismos dos negros de alma branca, dos negros bem sucedidos ou outras historietas de faz de conta. A realidade é que as competências são coletivas. São famílias e grupos, partido e seitas, grupos informais e formais. Sempre alguém é alguém porque tem a sua turma. E qual é a sua?
As mãos continuam sujas e nem mesmo nos perguntamos por quê?
Mas se perguntam sem medo nenhum da verdade terão que os senhores durante o escravismo criminoso, se especializaram em beber sangue humano, ao matarem a espécie devido o prolongado hábito, tornaram-se vampiros. Por isso, das mãos continuam escorrendo sangue, mesmo que o grosso do serviço seja feito na fábrica automática e limpa.
Terminava aí, se não fosse o episódio tragicômico da manhã de ontem. Acontece que eu tive um fatídico encontro com um vampiro branco. Disse-me ele para minha ciência do fim trágico:
- Bem que avisamos, mas vocês são teimosos em demasia. Têm que ficar pensando, questionando e falando... falando. A regra básica é nossa. Nesta democracia racial apenas os brancos falam. Vocês apenas escutam e fazem aquilo que escutam. Aí para quem vacila, a regra é a morte.
Somente aí, em meio a suposta tragédia da morte, em segundos é que foi possível um sorriso. Ria da minha ingenuidade. Até então não tinha percebido, como dizia minha sábia avó, nas suas ancestrais sabedorias, vivendo, aprendendo e morrendo sem saber. Estava ali o sangue, as mãos ensangüentadas para marcar o terror, não apenas a satisfação dele, mas a forma de terror que aterroriza. Tinham necessidade de sangue, para aparecerem no mundo das crianças nossas. Assim, inconscientemente, para o resto das suas vidas teriam, essas crianças, medo dos fantasmas brancos.
Também entendi porque outros brancos quase nunca acreditam nas histórias dos racismos. Histórias que para eles não passam de pesadelos nossos. Na mesma ótica, outros negros têm medo de admitir que conhecem o racismo, pois assim teriam que acreditar em quase coisa de assombração

A DIVIDA EXTERNA BRASILEIRA


Introdução

Durante a última semana a imprensa emudeceu frente a organização do plebiscito em relação à dívida externa. O pouco espaço dedicado à questão foi ocupado por entrevistas do ministro Pedro Malan, para defender a posição neoliberal do governo ou por editoriais que iniciam-se chamando a idéia de "calote".

O Jornal Opinião da década de 70

Uma Questão de Cidadania

Em momento algum a grande imprensa e aqueles que são contrários ao "calote" se preocuparam em falar sobre todos os calotes que foram dados na sociedade brasileira, quando, ao longo de mais de um século, o endividamento serviu para sustentar uma elite parasitária e criar uma economia subserviente ao capital internacional e ao F.M.I..
Em momento algum a imprensa e os governantes preocuparam-se em defender a realização de um grande debate nacional, para que a sociedade que paga os empréstimos tenha consciência de sua origem e dos "benefícios" que trouxe à ela; percebem que qualquer movimento de discussão desse assunto representa um questionamento à política em andamento, assim como também percebem que qualquer discussão que possa envolver a sociedade como um todo, não interessa a essa minoria.
A proposta da realização do plebiscito representa um grande avanço, exatamente por que pode envolver toda a sociedade num grande debate, que na verdade é muito maior do que a discussão da Dívida Externa, trata-se de discutir a cidadania. Independentemente da importância do tema, a participação da sociedade é que está em jogo e nesse sentido fica patente o que as elites pensam da cidadania: a ação do homem no sentido de respeitar as leis do Estado e em hipótese alguma participar, discutir, opinar.
Ninguém é ingênuo em acreditar que o Plebiscito que ocorre nesse momento vá definir o encaminhamento da questão da dívida, porém cria um debate em toda a sociedade

Origem da Dívida

A Dívida Externa adquiriu proporções astronômicas durante o regime militar (1964-85), no entanto sua origem remonta à Independência do país, no século XIX.
O primeiro empréstimo externo do Brasil foi obtido em 1824, no valor de 3 milhões de libras esterlinas e ficou conhecido como "empréstimo português", destinado a cobrir dívidas do período colonial e que na prática significava um pagamento à Portugal pelo reconhecimento de nossa independência. A independência não alterou as estruturas sócio econômicas e restringiu-se a um movimento político muito limitado, mantendo o regime monárquico e o herdeiro português no trono, aliado aos latifundiários conservadores sob o comando de José Bonifácio. A aceitação do pagamento da indenização está ligada aos vínculos mantidos com Portugal e ao mesmo tempo aos interesses ingleses, que somente reconheceu nossa soberania após o acordo com Portugal.
Em 1829 foi realizado novo empréstimo que passou para a história como "o ruinoso" e serviu para cobrir parcelas não pagas do empréstimo anterior. Do total tomado emprestado, o Brasil recebeu apenas 52%, pois o restante serviu para cobrir os juros da dívida anterior.
Dois novos empréstimos importantes foram realizados durante o Império -- em 1843 e 1852 -- utilizados ainda para pagar débitos relativos ao primeiro empréstimo, que somente foi saldado em 1890.
Durante esse período o Brasil ainda endividou-se ainda mais com a Guerra contra o Paraguai. A Inglaterra forneceu os navios e empréstimos ao Brasil para o conflito que também interessava à ela.

A Primeira República

Durante a república do "café com leite" o endividamento aumentou ainda mais, porém a idéia central ainda era a mesma, garantir os privilégios da elite. O presidente Campos Salles, eleito em 1898, viajou à Inglaterra antes mesmo da posse, para renegociar a dívida com os banqueiros Rotshild, e firmou um acordo que ficou conhecido como "Funding Loan", que suspendia o pagamento por um período de 13 anos, sendo que o pagamento dos juros seria realizado em 3 anos, em títulos da dívida pública e obtinha um novo empréstimo. Como garantia do cumprimento do acordo, as rendas das alfândegas brasileiras ficaram hipotecadas aos credores ingleses.
Novo endividamento surgiu em 1906, representando o início da "Política de Valorização do Café". Neste ano, foi assinado o Convênio de Taubaté, entre os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que, a partir de empréstimos tomados no exterior, comprariam e estocariam o excedente da produção de café. A valorização, como outras políticas protecionistas, resolvia o problema imediato da burguesia paulista e mantinha o nível de emprego nos setores da economia vinculados ao café, porém prejudicava a maioria da sociedade, na medida em que setores essenciais eram relegados a segundo plano em termos de investimento, além de promover a desvalorização da moeda, originando um processo que ficou conhecido como "socialização das perdas", quer dizer, a maioria da sociedade pagava pela política que beneficiava a minoria.
Os governos do período continuaram a realizar empréstimos que beneficiavam a elite cafeeira, contrastando com a situação de crise nas exportações durante a Primeira Guerra Mundial e posteriormente, na metade da década de 20.





Com a crise iniciada nos EUA afetando a economia do país, o pagamento da dívida foi suspenso em 1931 por decisão unilateral do Brasil. Em 1934 a Assembléia Nacional Constituinte passou a investigar o endividamento brasileiro, que chegava a 237 milhões de libras esterlinas e já estava documentado de forma detalhada pelo ministro Oswaldo Aranha. O ministro não era um crítico dos empréstimos do exterior, nem defendia o não-pagamento da dívida. Depois de viver por alguns anos nos EUA, defendia um estreitamento das relações do Brasil com aquele país, em detrimento dos interesses ingleses, então nossos maiores credores. Condenava apenas a forma pela qual os empréstimos tinham sido aproveitados -- não em obras públicas, como achava que deveria Ter ocorrido. Pensava ainda que o país deveria parar de tomar emprestado para pagar empréstimos e deveria pagar com seus próprios recursos. O ministro destacava a característica básica do endividamento: "foram feitos uns para pagar os outros, em parte ou no todo, refundindo-se em novos empréstimos".

As Últimas Décadas

Apesar da ausência de empréstimos externos e das condições desfavoráveis do comércio exterior, nos anos 30 a economia brasileira se expandiu em ritmo maior que na década de 20, "época de maciço ingresso de capital externo.
No período posterior ao golpe militar os empréstimos voltam a aumentar substancialmente, devido a política econômica desenvolvida então, particularmente no período que ficou conhecido como "milagre econômico", quando a indústria brasileira cresceu a taxas elevadíssimas graças ao ingresso maciço de capitais estrangeiros, fazendo com que a dívida saltasse de 4 para 12 bilhões de dólares.
O endividamento pós 64 tem dois estágios. O primeiro é o dos governos
Costa e Silva e Médici, nos anos 68-73, do "milagre econômico". Nesse período, os empréstimos foram usados para, ao cabo de tudo, realizar ar operações de crédito na compra de geladeiras, secadores de cabelo, automóveis e outros bens supérfluos e também para financiar ar grandes obras urbanas e serviços que viabilizaram a existência dos automóveis e das geladeiras, tais como estradar, viadutos e redes de energia elétrica.
No final de 1983, em depoimento na CPI da Dívida Externa, Celso Furtado, economista que fora ministro do Planejamento antes do golpe, mostrou como o Brasil pòs-64, graças a mudanças de política financeira e cambial -
nas regras de conversão do dólar em cruzeiros -, acabou na prática pagando, através do Banco Central, para os capitais estrangeiros, parte do preço de automóveis c secadores de cabelo, comprados a crédito obtido por dólares emprestados.
A Segunda fase do endividamento começa no governo do general Ernesto Geisel (1974-79). A partir de 74, a indústria de bens de consumo duráveis, com a produção de automóveis à frente, começa a encalhar, em grande parte devido a crise mundial do petróleo, que repercute na elevação nas taxas de juros, que somadas aos gastos dos grandes projetos de geração de energia.
Em 1982 temos o ano da falência declarada do modelo brasileiro de desenvolvimento e o país recorre ao FMI e ao final do governo Figueiredo, que encerra a ditadura militar, a dívida externa chegava a casa de 100 bilhões de dólares.
A Dívida atual alcança a casa dos 231 bilhões de dólares.

CUBA HOJE



O que vai mudar em Cuba? Você estudante não deve ter percebido, mas já faz 10 anos que esta pergunta é feita. Desde a queda do muro de Berlim (1989), marco da crise do bloco soviético, especula-se sobre a situação de Cuba.

A partir das reformas implantadas por Gorbatchev na antiga URSS e principalmente após sua extinção em 1991, a situação da economia cubana passou a sentir os sinais da crise: retração da ajuda econômica, diminuição do volume comercializado com a Europa Oriental, ao mesmo tempo em que os EUA mantiveram o embargo comercial. Passou-se então a especular sobre as possibilidades do "socialismo cubano", pois para a imprensa e para os "especialistas", chegava ao fim o socialismo.

Uma década depois, Cuba, China, Vietnã e outros países mantêm as mesmas formas políticas, apesar de algumas mudanças econômicas. Che Guevara.

CUBA HOJE

A crise econômica da última década vem sendo responsável por mudanças no comportamento sócio-econômico, que lentamente minam as bases políticas do regime. Parcela significativa da população vê sua condição de vida piorar a cada dia, sem condições de fazer a tradicional comparação com a situação de antes da Revolução, pois poucos conheceram a ditatura de Fulgêncio Batista e o controle do imperialismo norte-americano. As conquistas sociais, principalmente no campo da habitação e da saúde se perdem, somando isso à liberdade já há muito perdida.

O desenvolvimento do turismo criou na Ilha uma economia informal, dolarizada e que foge ao controle do governo, disseminando a idéia de que a melhora do nível de vida somente será possível por meios ilegais, que coloca em xeque inclusive a fidelidade partidária e ideológica. A prostituição volta a aumentar, assim como os índices de criminalidade.

OS INTERESSES

Em janeiro de 1998, o Papa fez uma visita a Cuba. Visita histórica. Muitos acreditaram que se repetiria o processo polonês ( As principais lideranças do sindicato Solidariedade, responsáveis por comandar as transformações na Polônia eram vinculadas a Igreja Católica), que Fidel Castro buscava o apoio de uma liderança expressiva para iniciar internamente um processo de transição. Após a visita alguns presos políticos foram libertados e a comemoração do natal foi permitida, porém essas medidas foram superficiais e não representaram mudanças concretas: Fidel continua no poder, o único partido é o Comunista e em fevereiro último foram aprovadas ovas leis criminais, incluindo a pena de morte em caso de tráfico de drogas, mesmo com o protesto dos cardeais católicos.

Quanto aos EUA, anunciaram em janeiro de 99 um alívio no embargo comercial à Cuba.

O governo vai facilitar a aprovação do visto diplomático para cidadãos cubanos;
Expansão dos vôos para Cuba;
Permissão para que todo norte-americano envie US$ 1200 por ano a residentes em Cuba, sendo que grupos religiosos e organizações não-governamentais poderão enviar valores maiores.

Dá para perceber qual o interesse dos EUA?
Ajudar os pobres cubanos ou estimular a dolarização da economia de Cuba?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

FERNANDO COLLOR



Político fluminense. Primeiro presidente brasileiro eleito por voto direto depois da ditadura militar e o único a sofrer um processo de impeachment.

Fernando Collor de Mello (12/8/1949-) nasce no Rio de Janeiro, em família com tradição política, e conclui os estudos secundários em Brasília, em 1968. Cursa economia na Universidade de Brasília e, em 1973, vai para Maceió dirigir o jornal da família, a Gazeta de Alagoas. É nomeado prefeito da cidade em 1979 e, três anos depois, elege-se deputado federal pelo Partido Democrático Social (PDS). Em 1986 ganha a eleição para governar Alagoas pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Durante sua gestão, fica conhecido nacionalmente pelo "programa de caça aos marajás", funcionários públicos que recebem salários milionários. Candidato à Presidência da República em 1989 pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN), derrota Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), no segundo turno. Assume o cargo adotando medidas econômicas drásticas, como o bloqueio dos saldos das contas bancárias superiores a 50 mil cruzados - a moeda na época. Durante seu governo surge uma série de escândalos e suspeitas de corrupção. As denúncias ganham força em abril de 1992, quando Pedro Collor, irmão do presidente, revela a existência do "esquema PC" de tráfico de influência e irregularidades financeiras, organizado por Paulo César Farias, ex-tesoureiro de Collor. Com a abertura do processo de impeachment, o presidente é afastado em outubro de 1992 e renuncia ao mandato durante a sessão de julgamento no Senado, em dezembro do mesmo ano. É proibido de exercer qualquer função pública por oito anos. Muda-se, então, para Miami, Estados Unidos, onde vive até abril de 1998. De volta ao Brasil, escolhe São Paulo como domicílio eleitoral e concorre à eleição para a prefeitura da cidade em 2000.

TROPICALISMO

História do Tropicalismo, origem, influências, movimento e características, principais artistas tropicalistas, tropicália

Capa do disco de Caetano Veloso de 1969: um dos marcos do Tropicalismo
Origem do tropicalismo
O tropicalismo foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas culturais (artes plásticas cinema, poesia), surgido no Brasil no final da década de 1960. O marco inicial foi o Festival de Música Popular realizado em 1967 pela TV Record.
Influências e inovações
O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o concretismo. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art.
O tropicalismo inovou também em possibilitar um sincretismo entre vários estilos musicais como, por exemplo, rock, bossa nova, baião, samba, bolero, entre outros.

As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.

Críticas recebidas
O movimento tropicalista não possui como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma revolucionária.

Uma outra crítica que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas, acreditavam que esta era uma forte influência da cultura pop-rock americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva.

Os principais representantes do tropicalismo foram:

- Caetano Veloso
- Gilberto Gil
- Os Mutantes
- Torquato Neto
- Tom Zé
- Jorge Bem
- Gal Gosta
- Maria Bethânia

Os discos tropicalistas que mais fizeram sucesso foram:

- TROPICÁLIA ou PANIS ET CIRCENCIS - 1968 – Mutantes
- CAETANO VELOSO - 1968
- LOUVAÇÃO - 1967 - Gilberto Gil
- A BANDA TROPICALISTA DO DUPRAT - 1968 - Rogério Duprat
Músicas tropicalistas que fizeram sucesso:
- Tropicália (Caetano Veloso, 1968)
- Alegria, Alegria (Caetano Veloso, 1968)
- Panis et circencis (Gilberto Gil e Caetano Veloso, 1968)
- Atrás do trio elétrico, (Caetano Veloso, 1969)
- Cadê Teresa (Jorge Ben, 1969)
- Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969)

Conclusão
O tropicalismo foi muito importante no sentido em que serviu para modernizar a música brasileira, incorporando e desenvolvendo novos padrões estéticos. Neste sentido, foi um movimento cultural revolucionário, embora muito criticado no período. Influenciou as gerações musicais brasileiras nas décadas seguintes.

OLIVER CROMWELL



Estadista inglês (25/4/1599-3/9/1658). Nasce em Huntingdon, filho de um proprietário rural, e recebe educação muito religiosa. Elege-se para o Parlamento em 1628, destacando-se pelos ataques à hierarquia da Igreja Anglicana. Em 1629, o rei Carlos I dissolve o Parlamento e implanta um governo absolutista que dura 11 anos. Quando estoura a primeira guerra civil entre as forças monárquicas e o Parlamento (1642-1646), Cromwell lidera a ala radical dos opositores do rei, sobressaindo como organizador militar. Em 1645 marcha sobre Londres para persuadir Carlos I a aceitar um governo regido pela Constituição. Não há acordo e uma nova guerra civil acontece, terminando com a execução do rei em 1649. A Inglaterra torna-se uma república e Cromwell, presidente do Conselho de Estado, braço executivo do Parlamento. Em 1653, um golpe de Estado dissolve o Parlamento e concentra os poderes nas mãos de Cromwell, que tem o título de Lord Protector. Na política externa, obtém vitórias militares que reforçam o poderio inglês. Internamente, adota medidas de abertura do comércio e fortalece o puritanismo, mas atua com tolerância religiosa, exemplificada pela readmissão dos judeus no Reino Unido. Morre em Londres e é enterrado na Abadia de Westminster. É sucedido pelo filho Richard, que governa até 1659. Depois da restauração da monarquia, em 1660, seus restos são transferidos para Tyburn, onde eram executados os criminosos.

MAQUIAVEL: IDEALIZADOR DO ESTADO FORTE



Alguns escritores o identificam como "apenas" um historiador, outros dizem que além de historiador ele foi um importante filósofo político. A verdade é que Niccoló Machiavelli - entre nós Nicolau Maquiavel, nascido em Florença, Itália, em 03 de maio de 1469, dedicou grande parte de sua vida ao desenvolvimento e entendimento das maneiras de governar e "manipular" o poder. Pode-se dizer ainda que Maquiavel, com maestria, desenvolveu a ciência política (a arte de governar), tendo como principal "engrenagem" o poder centralizado para a criação e defesa de um Estado forte. Dentre suas principais obras destaca-se "O Príncipe" - publicado em 1513. Muitos denominam esta publicação como um "tratado clássico da ciência política".

Por outro lado, é prudente destacarmos a importância em identificar o "ambiente histórico" no qual Maquiavel cresceu - o Renascimento italiano. Nicolau viveu numa época de notáveis realizações da pesquisa histórica - apresentando preocupação com a crítica rigorosa das fontes de pesquisas e intercâmbio com outras disciplinas. Alguns críticos apontam que Maquiavel, em suas obras, revela uma certa falta de "sentido histórico". Este "sentido" existe, porém, de outra forma. Por outro lado, o ambiente político é também muito relevante para entendermos alguns pontos do pensamento de Maquiavel e sua teoria do Estado Absoluto. Muitos o apontam como sendo o fundador do pensamento político moderno.

Durante os séculos XV e XVI o cenário político da Itália atravessava momentos desastrosos com respeito a sua governabilidade. Na época do renascimento havia uma expectativa de afirmação da monarquia absolutista. Os Estados Pontifícios eram controlados pelo Clero de maneira soberana. Invasões estrangeiras também contribuíram para o cenário caótico da província - destes podemos destacar o saque de Roma em 1527 - realizado por tropas do então imperador Carlos V. Também na Itália existiam ainda cidades - livres como: Gênova, Florença, Milão, etc. Já em outras localidades da Europa, havia uma proliferação do poder, que era distribuído da seguinte forma: Igreja Católica, Nobres, cidades - livres, Tiranos e reis estrangeiros.
No entanto, diferentemente da Itália, nestas regiões se desenvolveram as monarquias nacionais, com reinos cada vez mais poderosos, e esta força real trouxe a capacidade de superar o "comando divino".

Quando nos referimos as origens da idéia de concentração do poder, podemos dizer que parte do processo de formação do Estado Absolutista deu-se entre os séculos XV e XVIII - quando os reis procuraram criar suas próprias instituições (Conselho, exércitos, corpo de funcionários). A consolidação deste processo ocorreu em meados do século XVIII, com a presença da burocratização do processo político.

Para Maquiavel - se fazia necessária á intolerância religiosa como requisito na formação deste Estado forte. Ele entendia ainda que desta forma, seriam extintas as invasões estrangeiras que tanto atingiam os assuntos internos da Itália.

O fortalecimento do Estado passa a ser, portanto, algo necessário. A valorização da moral sofre a transição da esfera pessoal para universal, abandonando definitivamente o contexto divino. Segundo Maquiavel, o Estado com poder centralizado proporciona proteção, inclusive para seu condutor. Com isto, a idéia de liberdade do homem é posta de lado, abrindo espaço para a capacidade deste mesmo homem viver em sociedade, sempre em detrimento do poder centralizado.

Uma vez consolidado o Estado de poder absoluto, é preciso enfrentar o desafio de mantê-lo como tal. Os caminhos percorridos para este fim independem conquanto que permaneça com a mesma característica de centralização. O Estado nesta condição é capaz de produzir suas próprias leis - um Estado autônomo e criador de política. Estas são estabelecidas também para conter os conflitos sociais - que no início serviram como "combustível" para alimentar a necessidade da formação do Estado Absolutista.

A racionalidade é outra característica que precisa estar presente no comando do Estado - tal dimensão independe da ação tomada, desde que seja mantido o objetivo de atender (completamente) os interesses do poder centralizado. Seu assessoramento deve ser composto por personagens nacionais, para que assim, reúna capacidade de enfrentar, quando preciso - seus inimigos sem demonstrar fraquezas e, sobretudo, manter distante a criação de conflitos internos contra seu próprio condutor.

Referência Bibliográfica:
NICOLAU, Maquiavel - "O Príncipe", Edicota Difel (Brasi), 2002

O IMPERIALISMO EUROPEU NO SÉCULO XIV


África, século XIX, o continente quase todo encontra-se sobre o controle dos países europeus, seja na forma de protetorados, de controle direto ou associação aos governos locais por parte dos países da Europa. O mapa da África, e sua conseqüente divisão entre as potências da época foi traçado em Berlim(!!!!), isto mesmo, na capital alemã, em uma conferência sob a chefia de Otto von Bismarck. Reunidos líderes das principais potências econômicas do “Velho Continente” trataram de negociações para dirimir divergências e organizar a exploração no continente africano e redefinir ou traçar o mapa daquela área. A justificativa para tal ação era a “Missão Civilizatória”, já que o Eurocentrismo (idéia vigente e divulgada no séculoXIX) julgava que cabia aos europeus a missão de levar civilização, conhecimento e saber aos povos africanos (mesmo que este conceito desprezasse as tradições culturas e conhecimentos do nativos da “Mama África”), claro que isto representava levar os valores europeus, sem a prévia consulta aos africanos.
Por trás deste “nobre” objetivo escondia-se o desejo de controlar e explorar as importantes reservas de ouro, diamantes, marfim e outros recursos naturais que a África dispunha. Nem sempre os europeus se entenderam bem sobre esta divisão chamada de Neocolonialismo ou Imperialismo (exemplo disto foi a Guerra do Bôeres) mas de modo geral o plano de conquista foi bem executado e os resultados favoráveis à construção ou consolidação dos grandes impérios do século XIX, já para os africanos a tragédia possuiu uma amplitude inimaginável. Não bastasse as perdas humanas que a África teve durante os séculos XV ao XVIII com o tráfico de escravos, veio o controle de seus territórios e a conseqüente retirada de suas riquezas naturais para ampliar a fortuna de pessoas do outro lado do Mediterrâneo ou do Atlântico.
Cabe ainda dizer que o Imperialismo não se restringiu à África,nem aos países europeus, foi levado para a Ásia e praticado também na Oceania e América e que os EUA também fizeram uso deste expediente para aumentar o seu poderio econômico e que por trás desta ação estavam os cartéis, trustes e holdings que dominaram o cenário econômico na virada entre os séculos XIX e XX.

Questões para debate:

1. “Existe uma profunda relação entre as comunidades científicas européias e o Imperialismo (Neocolonialismo) no século XIX.” Explique a afirmativa:
2. A Chamada “Missão Civilizatória” desapareceu plenamente?

CHARLES DARWIN


Naturalista inglês (12/2/1809-19/4/1882). Nasce em Shrewsbury, no condado de Shrospshire, região oeste da Inglaterra. Aos 16 anos, começa a faculdade de medicina, onde se interessa pelo estudo da história natural. Interrompe o curso para estudar teologia em Cambridge, a pedido do pai. Mas não desiste da ciência. Graças à amizade com cientistas conceituados, participa como naturalista, em 1831, de uma expedição de volta ao mundo no navio Beagle. A viagem, promovida pela Marinha inglesa para completar dados cartográficos de seu interesse, dura cerca de cinco anos. No decorrer da viagem, obtém informações fundamentais para formular a Teoria da Evolução das Espécies. Publicada em 1859 no livro A Origem das Espécies, ela defende a tese de que o meio ambiente seleciona os seres mais aptos e elimina os menos dotados. Seguindo a própria teoria, provoca polêmica com a Igreja ao lançar a obra A Descendência do Homem, em que expõe a idéia de que o ser humano descende do macaco. Os conservadores são os que mais protestam contra ela, por não admitirem que os ancestrais da espécie humana sejam animais. Morre em Down e, por solicitação do Parlamento britânico, é enterrado na Abadia de Westminste.

CABANAGEM A REVOLUÇÃO POPULAR (1835 - 1840)








A Cabanagem (1833-1836), também denominada Guerra dos Cabanos, foi uma revolta de caráter social ocorrida na Província do Grão Pará, no Brasil.
A denominação Cabanagem remete às cabanas, tipo de habitação da população ribeirinha mais pobre, formada principalmente por mestiços, escravos libertos e índios, exploradores das “drogas do sertão”, que já possuía um histórico de revoltas contra os responsáveis por sua miséria. No período da consolidação de sua independência, em 1823, enfrentou os comerciantes portugueses dominantes do Pará, e já no período regencial, voltou-se contra as autoridades enviadas pela Regência, que não atendiam aos interesses populares, além da irrelevância política à qual a província foi submetida após a independência do Brasil.

Assim, na rebelião, somava-se aos paraenses miseráveis, a elite fazendeira do Grão-Pará, que embora morasse muito melhor, ressentia-se da falta de participação nas decisões do governo central, dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste. Os cabanos buscavam, através da criação de uma república própria, separando-se do Império brasileiro, maior estabilidade e autonomia política, além de melhores condições. Tentaram isso na figura de líderes com diversas origens sociais, mas foram traídos por aqueles a quem haviam confiado a liderança. Assim, sua luta por igualdade social e democracia acabou sendo massacrada pelas autoridades imperiais que contaram com auxílio das próprias lideranças cabanas.

CONTEXTO: Grão-Pará e a cidade de Belém na década de 1830

Na década de 1830, a província do Grão-Pará, que compreendia os estados do Pará e Amazonas, tinha um pouco mais de 80 mil habitantes (sem incluir a população indígena não-aldeada). De cada cem pessoas, quarenta eram escravos indígenas, negros, mestiços ou tapuios, isto é, indígenas que moravam nas vilas.

Belém, nessa época, não passava de uma pequena cidade com 24 mil habitantes, apesar de ser um importante centro comercial por onde era exportado cravo, salsa, fumo, cacau e algodão. A província do Pará além de ser a mais distante da capital era também a mais ligada a Lisboa. A emancipação política do Brasil em relação a Portugal não operara uma significativa mudança na estrutura social, assegurando, pelo contrário, a permanência do poder político na classe proprietária lusitana. A morte de D. João VI em 1826 e o conseqüente regresso forçado de D. Pedro como herdeiro ao trono português faziam temer a perda dos direitos adquiridos e, conseqüentemente, o regresso do Brasil a colônia portuguesa. Por esta razão, este foi um momento de geral insegurança provocado pelo ardor das correntes políticas que então se combatiam em quase todo o império, acirrando ao máximo a disputa entre as elites portuguesas e os dirigentes nacionais.


CABANAGEM: A história

Origem

Seringueiros, índios, mestiços e negros, homens pobres e explorados, membros do clero e liberais nacionalistas esperavam diversos resultados da independência brasileira, mas poucos foram efetivamente alcançados.
A Cabanagem (1833 – 1836), uma rebelião regencial ocorrida nos estados Pará e Amazônia, foi o primeiro movimento popular que chegou ao poder no Brasil, apesar de ter sido mal conduzido e rapidamente derrotado pela regência.
Os indígenas e tapuios queriam o reconhecimento de seus direitos e parar de trabalhar como escravos nas manufaturas e roças. Os negros desejavam a abolição da escravatura. Entre os proprietários, profissionais liberais e clérigos, as reivindicações eram pelo afastamento de portugueses e ingleses do poder político e econômico. Sobretudo, o que unia todos era o clamor pela liberdade e independência, inicialmente paraense, e posteriormente difundido ao longo do Rio Negro.

Classe dominante atrasa a emancipação do país

A classe dominante da época, composta em sua maioria por comerciantes portugueses, resistia à independência do Brasil. Contavam com o apoio de tropas militares do Rio de Janeiro, que acabaram com movimentos populares a favor da emancipação do país e terminaram por atrasá-la em quase um ano.

Os cabanos

Mesmo após a conquista da Independência, os cabanos (massa miserável que habitava choupanas a beira de rios) estavam insatisfeitos, pois seus líderes não puderam participar do governo provisório. O povo, que exigiu ao governo geral a inclusão desses líderes, foi violentamente reprimido.

Reconstrução de um cenário instável

Com a abdicação e a falta de firmeza da regência, o cenário de instabilidade, agitações e revoltas populares se reconstituiu.
As autoridades provinciais (nomeadas pela regência) foram contestadas pelos cabanos e Batista Campos, em 1832, se destacou em meio as agitações. Conseguiu impor sua política ao presidente da província, Machado de Oliveira, além de fazer com que Rio Negro (Amazonas) também aderisse ao movimento.

Segunda repressão e presidência de Lobo de Souza

Afim de acabar com as agitações, a regência enviou para a província um novo presidente (Bernardo Lobo de Souza), que, logo de início, explicitou sua política repressora. Essa política acabava por estimular, e não conter, as rebeliões. Nesse momento, começou a cabanagem. Surgiram intensas movimentações populares tanto na capítal (Belém), como nas zonas rurais.

O Levante dos Cabanos

Em 6 de janeiro de 1834, houve o levante dos cabanos, que dominaram a capital, executaram o governador Lobo de Souza e as demais autoridades. Formou-se, então, o primeiro governo cabano do Pará, com Malcher (um dos líderes da cabanagem) no poder. Este, por sua vez, deixou explícita a sua fidelidade ao Imperador português e traição aos colegas, reprimindo a própria rebelião que liderara e o colocara no poder.
Simultaneamente à traição de Malcher, Francisco Pedro Vinagre (outro líder da rebelião) ganhava prestígio entre os colegas. Malcher tentou armar contra Vinagre, mas foi deposto, executado e substituído por ele.

O governo de Francisco Vinagre (segunda traição aos cabanos)

Francisco Vinagre foi outro grande traidor dos cabanos. Seguiu os passos de seu antecessor, declarando-se fiel ao imperador e se dispondo a ceder seu posto a quem fosse por ele indicado. Antônio Vinagre, irmão do presidente, colocou-se à frente dos cabanos e impediu que seu irmão negociasse diretamente com o governo imperial.
Diante dos recentes acontecimentos e temendo suas conseqüências, a regência envia tropas militares ao Pará comandadas por Manuel Jorge Rodrigues. Este assume o poder em Belém com a ajuda do próprio Francisco Vinagre.

Proclamação da república e derrota dos cabanos

Jorge Rodrigues assumiu o poder da capital, mas não pôde evitar que os cabanos, no interior, se reagrupassem com o objetivo de destituir-lhe o cargo de presidente. Unidos novamente, os cabanos retomaram a cidade de Belém. Os rebeldes proclamaram a república e cortaram suas ligações com o império.
Em 1835, organizou-se um novo governo cabano, com Angelim como presidente. Mas, no ano seguinte, foi enviado pela regência um novo presidente, o brigadeiro Francisco José de Souza Soares de Andréia. Este estava acompanhado por uma esquadra repressiva de força militar muito superior a dos cabanos, que acabaram derrotados.


O sucesso da contra-revolta gerou grande estima para Feijó, que tornou-se o “homem forte” da regência. Após conflito com restauradores e uma tentativa de golpe por parte dos moderados, Feijó acabou se demitindo, uma vez que sua medida de afastar José Bonifácio da tutoria do imperador D. Pedro II não foi aprovada pelo Senado.
Após um período de isolamento, Feijó pode voltar às disputas políticas em 1835, quando foi eleito para a Regência Uma, representando a vitória dos progressistas. Porém, na época da posse de Feijó, a Cabanagem já havia eclodido, e somada à rebelião Farroupilha e levante dos Malês, estas graves agitações colocaram o regente Feijó numa situação delicada.

Ao afirmar que “O vulcão da anarquia ameaça devorar o império”, e que era preciso “[aplicar] a tempo o remédio”, Feijó abriu espaço para um ataque da oposição regressista, que visava a interpretação do Ato Adicional, no sentido de restringir a autonomia provincial e diminuir as liberdades democráticas que acabaram gerando tais rebeliões.

Cartas descobertas na Inglaterra em 1999 – entre o embaixador da Grã-Bretanha no Brasil, e o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha à época – revelam que em 1835, o regente Feijó reuniu-se secretamente com os embaixadores da França e da Grã Bretanha, pedindo o envio de quase 800 militares destes países para o Pará, com o intuito de acabar de uma vez por todas com a rebelião.

O descobrimento destas cartas comprova o argumento de alguns historiadores de que Feijó “não sabia o que fazer com o abacaxi que era a situação no norte do país”, como apontou o diretor do Arquivo Público do Pará, Geraldo Mártires Coelho, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo em 13 de Outubro de 1999.

O ato desesperado de Feijó em solicitar intervenção internacional na luta contra a Cabanagem e o fato de esconder este pedido de maior parte das autoridades brasileiras “mostra a forma pouco ortodoxa de Feijó atuar” e como “o pedido de Feijó é mais uma comprovação da fragilidade da nação brasileira pós-Independência”.

De qualquer forma, durante a Cabanagem, tanto França quanto Grã-Bretanha mantiveram embarcações na costa do Pará como alternativa de refúgio para os comerciantes das duas nações. Entretando, nenhum dos dois países chegou a intervir diretamente no conflito.

PERSONAGENS: Os líderes

João Batista Gonçalves Campos

Conhecido como Batista Campos, foi um dos grandes líderes da Cabanagem, além de já acumular histórico na luta contra os portugueses antes mesmo da dita rebelião. Nasceu em 1782 em Barcarena (município do Pará) e acabou falecendo em 1834, por conta de uma infecção causada por um leve ferimento enquanto fazia a barba. Além de revolucionário, era cônego, jornalista e advogado. Talvez por conta de sua vocação religiosa, Batista Campos costumava benzer os pedaços de pau utilizados como armas pelos combatentes paraenses. Dentro da Cabanagem, foi um importante intelectual que coordenou a resistência ao governador da província do Pará Bernardo Lobo de Souza, e por conseguinte teve de se refugiar no interior da província. Além disso, criou os jornais “O Paraense” e “O Publicador Amazoniense”.
Anteriormente à Cabanagem, Batista Campos já traçara para si uma história de prestigio entre os cabanos e realizara manobras políticas que utilizaram essa influência como fonte de poder. Após a luta contra os portugueses pela consolidação da independência do Pará em 1823, e a estabilização provisória, foi preso e isolado pelo mercenário inglês Lorde Almirante John Pascoe Grenfell.
Em 1832, Batista Campos, após a abdicação de D. Pedro I, ganhou novamente o apoio na região do Rio Negro, e destacou-se nas agitações contra as autoridades provinciais apontadas pela regência. Chegou até a impor sua política a Machado de Oliveira, presidente da província.
Com o envio de novas autoridades repressoras, Batista Campos foi reconhecido pelos cabanos como um dos líderes do levante armado que originou a Cabanagem.

Félix Antonio Clemente Malcher

Foi um dos líderes da cabanagem. Durante o período da Cabanagem, Malcher 'traiu' seus companheiros de causa. Devido a isso foi preso. Foi morto por um dos cabanos quando seria remanejado para outra prisão em Belém. Teve como filho João Diogo Clemente Malcher que foi vereador de Belém e serve seu nome a uma das ruas do centro desta cidade. Malcher tinha fazenda na cidade de Acará, a qual escondeu membros da revolução da Cabanagem. Pelas ruínas, tem-se uma amostra do que foi o movimento no lugar. Trata-se de um ótimo sítio para pesquisas históricas e arqueológicas sobre o movimento da Cabanagem. Foi o primeiro presidente do governo cabano. Entretanto, declarou-se fiel ao imperador D. Pedro II e prometeu manter-se no poder até sua maioridade. Foi traidor da rebelião que o colocara no poder, prendendo e deportando outros líderes cabanos como o seringueiro Eduardo Nogueira Angelim e o jornalista maranhense Vicente Ferreira Lavor. Após tentar um golpe contra Francisco Vinagre, que vinha ganhando prestígio até então em seu cargo de comandante das armas, acabou sendo deposto, executado e substituído pelo próprio Francisco Vinagre.

Francisco Pedro Vinagre

Foi um dos líderes iniciais da Cabanagem, e apesar de ter sido nomeado presidente como contraponto à política anti-rebelde de Malcher, revelou-se ainda mais intenso do que o anterior ao declarar-se fiel ao governo imperial e prometer entregar o poder provincial a quem a regência indicasse.
Após ser impedido de negociar com o governo diretamente por seu irmão, Antônio Vinagre, que colocara-se à frente dos cabanos, conseguiu resistir no poder, dando início a uma nova traição: ajudou um forte grupo militar comandado por Manuel Jorge Rodriques a reprimir os cabanos e assumir o poder em Belém.

Eduardo Nogueira Angelim

Angelim, já com 19 anos, participava ativamente da política da Província. Revolucionário, partidário da Cabanagem, sendo inclusive o terceiro presidente cabano.
Resistiu até o término da Cabanagem, sendo posteriormente capturado e levado à capital do Império brasileiro. Lá foi julgado, exilado, e enterrado na capela do Engenho de Madre de Deus, na Ilha de Trambioca, em Barcarena.
Foi um importante divulgador dos ideais cabanos e falou diretamente ao povo através de proclamações que enalteciam as vitórias da rebelião. Em um de seus discursos, diz “Meus amados patrícios! Eu vos afiancei que o infame e opressor jugo estrangeiro havia de cair por terra e que seríamos os vencedores. Realizaram-se os meus bons desejos e gratas esperanças. Vós sois dignos do nome paraense! Vós todos, soldados da liberdade, estais coberto de glória pelo vosso patriotismo, valor e constância!”



PERSONAGENS: Presidentes nomeados pela Regência


Bernardo Lobo de Souza

Em 1833 Bernardo Lobo de Sousa foi nomeado governador do Pará, pela regência trina permanente e atuou de forma opressiva e autoritária. O auge da revolta foi a convocação do Exército e Armada imperial, como uma estratégia política para eliminar aqueles que "eram conhecidos por suas doutrinas subversivas, que pregavam e inoculavam no seio da população e que ameaçavam a ordem pública pela influência perigosa que exerciam entre as massas." (Antonio Raiol).Suas atitudes descontentaram a população. Em janeiro de 1835 Belém foi tomada e Bernardo Lobo de Sousa foi executado.

Manuel Jorge Rodrigues

Foi um militar e político brasileiro, além de 1° barão de Taquari . Deveria ter seguido seu pai na carreira comercial, porém preferiu entrar para o exército português em 18 de setembro de 1794. Participou com distinção de toda Guerra Peninsular, sob as ordens do marechal William Carr Beresford.Veio para o Brasil, no posto de tenente-coronel agregado à Divisão de Voluntários Reais do Rei, chegando no Rio de Janeiro em 30 de março de 1816. Participou da Guerra contra Artigas, sendo nomeado marechal em 1826. Foi comandante das armas e presidente da província do Pará, de 10 de abril a novembro de 1835. Em 1840 foi nomeado governador das armas da corte, onde permaneceu quatro anos. Após os cabanos ragruparem suas forças e marcharem sobre Belém, retomaram a cidade e expulsaram o presidente Jorge Rodrigues, que refugiou-se na Ilha de Tatuoca (litoral de Pernambuco).

Francisco José de Souza Soares de Andréia

Foi o primeiro e único Barão de Caçapava, além de militar e político luso-brasileiro. Veio para o Brasil com a família real em 1808. Comandou a brigada de engenheiros no Pará em 1817. Permaneceu no Brasil depois da independência, tendo tomado parte da Guerra Cisplatina, incluindo a batalha de Ituzaingó em 1827.
Foi Presidente das províncias: Pará, de 9 de abril de 1836 a 7 de abril de 1839, onde combateu a cabanagem; Santa Catarina em 1840; Rio Grande do Sul, em 1840, tendo derrotado nos combates de Laguna os farroupilhas liderados por Giuseppe Garibaldi; Minas Gerais, em 1843, permanecendo no cargo até 1844; Bahia, de 1844 a 1846; Rio Grande do Sul, de 1848 até 1850. Após a saída do imperador D. Pedro I do Brasil, era um importante membro da Sociedade Militar (que pregava a restauração de D. Pedro I ao poder), foi por isso perseguido, preso e teve que responder ao conselho militar.

No cargo de Marechal, foi também responsável pela comissão de demarcação dos limites fronteiriços entre o Império do Brasil e a República Oriental do Uruguai em 1854. Nesta época fundou a localidade de Santa Vitória do Palmar, no sul do Rio Grande do Sul.


MEMORIAL DA CABANAGEM

O Memorial da Cabanagem é um monumento de 15 metros de altura por 20 de comprimento, todo em concreto, erguido no complexo do entroncamento, Belém/Pa. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer a pedido do então governador do Pará Jader Barbalho, o monumento foi construído para compor as comemorações do sesquicentenário da Cabanagem, que aconteceu em 7 de janeiro de 1985. Esteticamente a obra pode ser definida como uma rampa elevada em direção ao céu com uma inclinação acentuada apontando para um ponto sem fim, tendo no meio uma "fratura", um pedaço do monumento que jaz no chão.
Segundo a concepção de Nyemeyer, representa a luta heróica do povo cabano, que foi um dos movimentos mais importantes de todo o Brasil. A rampa elevada em direção ao céu representa a grandiosidade da revolta popular que chegou muito perto de atingir seus objetivos e a "fratura" faz alusão à ruptura do processo revolucionário. Mas embora tenha sido sufocada, a Cabanagem permanece viva na memória do povo, por isso, o bloco continua subindo para o infinito, simbolizando que a essência, os ideais e a luta cabana continuam latentes na história do país.


BIBLIOGRAFIA:

Sites:

http://br.geocities.com/terrabrasileira/contatos/cabanagem.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabanagem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Monumento_%C3%A0_cabanagem_-_projetado_por_Oscar_Niemeyer,_tirando_Bras%C3%ADlia,Bel%C3%A9m_%C3%A9_a_%C3%BAnica_cidade_do_Norte,Nordeste_e_Centro-Oeste_a_ter..jpg
http://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/cabanagem.htm
www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/cabanagem/cabanagem
http://www.geocities.com/Baja/Mesa/7068/imperio_cabanagem.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/João_Batista_Gonçalves_Campos
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9lix_Clemente_Malcher
http://www.klickeducacao.com.br/2006/enciclo/encicloverb/0,5977,POR-10040,00.html
http://www.uefs.br/nep/labirintos/edicoes/01_2008/07_artigo_maria_da_graca_gomes_de_pina.pdf http://navegadorbrasileiro.wordpress.com/2008/09/03/estado-do-amapa-%E2%80%93-a-cabanagem-em-macapa/
http://sergiobg.sites.uol.com.br/belem1.html
http://www.uefs.br/nep/labirintos/edicoes/01_2008/07_artigo_maria_da_graca_gomes_de_pina.pdf http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1310199912.htm

Livro:

História do Brasil no contexto da história ocidental: ensino médio / Luiz Koshiba, Denise Manzi Frayse Pereira. – 8. ed. rev., atual. E ampl. – São Paulo : Atual, 2003.