quinta-feira, 9 de julho de 2009

CUBA HOJE



O que vai mudar em Cuba? Você estudante não deve ter percebido, mas já faz 10 anos que esta pergunta é feita. Desde a queda do muro de Berlim (1989), marco da crise do bloco soviético, especula-se sobre a situação de Cuba.

A partir das reformas implantadas por Gorbatchev na antiga URSS e principalmente após sua extinção em 1991, a situação da economia cubana passou a sentir os sinais da crise: retração da ajuda econômica, diminuição do volume comercializado com a Europa Oriental, ao mesmo tempo em que os EUA mantiveram o embargo comercial. Passou-se então a especular sobre as possibilidades do "socialismo cubano", pois para a imprensa e para os "especialistas", chegava ao fim o socialismo.

Uma década depois, Cuba, China, Vietnã e outros países mantêm as mesmas formas políticas, apesar de algumas mudanças econômicas. Che Guevara.

CUBA HOJE

A crise econômica da última década vem sendo responsável por mudanças no comportamento sócio-econômico, que lentamente minam as bases políticas do regime. Parcela significativa da população vê sua condição de vida piorar a cada dia, sem condições de fazer a tradicional comparação com a situação de antes da Revolução, pois poucos conheceram a ditatura de Fulgêncio Batista e o controle do imperialismo norte-americano. As conquistas sociais, principalmente no campo da habitação e da saúde se perdem, somando isso à liberdade já há muito perdida.

O desenvolvimento do turismo criou na Ilha uma economia informal, dolarizada e que foge ao controle do governo, disseminando a idéia de que a melhora do nível de vida somente será possível por meios ilegais, que coloca em xeque inclusive a fidelidade partidária e ideológica. A prostituição volta a aumentar, assim como os índices de criminalidade.

OS INTERESSES

Em janeiro de 1998, o Papa fez uma visita a Cuba. Visita histórica. Muitos acreditaram que se repetiria o processo polonês ( As principais lideranças do sindicato Solidariedade, responsáveis por comandar as transformações na Polônia eram vinculadas a Igreja Católica), que Fidel Castro buscava o apoio de uma liderança expressiva para iniciar internamente um processo de transição. Após a visita alguns presos políticos foram libertados e a comemoração do natal foi permitida, porém essas medidas foram superficiais e não representaram mudanças concretas: Fidel continua no poder, o único partido é o Comunista e em fevereiro último foram aprovadas ovas leis criminais, incluindo a pena de morte em caso de tráfico de drogas, mesmo com o protesto dos cardeais católicos.

Quanto aos EUA, anunciaram em janeiro de 99 um alívio no embargo comercial à Cuba.

O governo vai facilitar a aprovação do visto diplomático para cidadãos cubanos;
Expansão dos vôos para Cuba;
Permissão para que todo norte-americano envie US$ 1200 por ano a residentes em Cuba, sendo que grupos religiosos e organizações não-governamentais poderão enviar valores maiores.

Dá para perceber qual o interesse dos EUA?
Ajudar os pobres cubanos ou estimular a dolarização da economia de Cuba?

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