quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

AS GRANDES ÉPOCAS REVOLUCIONÁRIAS

Desde que existem as revoluções modernas, que nascem da luta do capitalismo contra o feudalismo,
podemos distinguir três grandes épocas:
1. A época de revolução burguesa
Durante aproximadamente duzentos anos, a burguesia lutou contra o feudalismo que já se tinha tornado
um entrave absoluto para o desenvolvimento das forças produtivas. Esta época, que teve um salto
fundamental na revolução de Cromwell, na Inglaterra, culminou com as grandes revoluções norteamericana
e francesa do final do século XVIII.
2. Reforma e reação (1880-1914)
Foi época do auge do capitalismo. Depois da revolução francesa, podemos dizer que, em todo o mundo, já
começa a ser dominante não só a produção capitalista - que já o ora desde há trezentos anos - mas também
o estado capitalista. Entra-se numa época não revolucionária, em que a estrutura social capitalista e seu
estado não freiam, e sim desenvolvem aceleradamente as forças produtivas, enriquecendo toda a
sociedade.
A partir de 1880 se produz o salto mais fantástico, até então, das forças produtivas.
O desenvolvimento da produção é colossal. Nos países capitalistas avançados se produz una imensa
acumulação de capitais.
Essa época de auge prepara a decad6ncia do sistema capitalista. Como produto dessa tremenda
acumulação de capitais surgem os monopólios e o imperialismo. Ramos inteiros da produção industrial se
concentram em muito poucos proprietários e começam a substituir a burguesia clássica, com centenas de
empresas competindo livremente entre si. Torna-se dominante o capital financeiro, que é a fusão do
capital bancário com o industrial. As fronteiras nacionais ficam estreitas para esses imensos monopólios
que devem, para continuar crescendo, exportar esses capitais aos países atrasados. O imperialismo,
capitalismo em decadência, é precisamente isso: o domínio do capital financeiro e monopolista que
invade todo o planeta.
3. A época da revolução operária e socialista
Começa com a primeira guerra mundial, de 1914-18. Esse cataclismo, no qual milhões de homens
morreram e enormes massas de forças produtivas foram destruídas, foi a manifestação clara de que o
capitalismo tinha começado a frear o desenvolvimento das forças produtivas.
O aparecimento dos monopólios já tinha demonstrado, de forma totalmente deformada que a propriedade
privada capitalista não funcionava mais.
As forças produtivas não podiam continuar crescendo com o caos que provocavam centenas ou milhares
de burgueses competindo entre si num mesmo ramo de produção. Para avançar era necessário introduzir
alguma planificação, pelo menos por ramo de produção. A exportação de capitais, por suave; demonstrava
que as fronteiras nacionais também asfixiavam as forças produtivas, que não podiam avançar mais
limitadas à sua nação de origem e necessitavam desenvolver-se tomando todo o planeta.
A guerra de 1914-18 foi uma guerra de rapina entre os monopólios imperialistas para controlar o mercado
mundial. Foi a demonstração mais clara de que a humanidade não podia avançar mais, não podia mais
desenvolver suas forças produtivas se não rompesse a camisa de força da propriedade privada e as
fronteiras nacionais e instaurasse uma economia mundial planificada. Porém a burguesia não podia fazer
isso porque significaria destruir-se a si mesma, terminando como que a caracteriza como classe social: ser
proprietária dos bens de produção e basear-se na exist6ncia de nações com fronteiras e estados bens
definidos.
Esta época é a da revolução operária e socialista, porque a guerra (que se converterá num fenômeno
permanente) e a miséria das massas (provocada pelo freio ao desenvolvimento das forças produtivas)
fazem entrar em ação revolucionária a nova classe progressiva, a classe operária, que faz uma primeira
revolução na Rússia cm 1917 Põe-se cm ação a classe social que pode cumprir com as grandes tarefas
imprescindíveis para que as forças produtivas continuem avançando: terminar com a propriedade privada
e as fronteiras nacionais para poder instaurar uma economia mundial planificada. Isto é assim porque a
classe operária é internacional, é igual de um país a outro, e porque não pode transformar-se em uma nova
classe proprietária que explore outras, por uma razão: junto com os demais setores explorados é a ampla
maioria da sociedade.
Em ambos os aspectos é totalmente diferente das classes anteriores que cumpriram um papel
revolucionário em sua época. A burguesia, por exemplo, era uma classe proprietária e exploradora desde
que nasceu. A revolução operária e socialista é, pela primeira vez na história, a revolução da maioria da
população, dirigida por uma classe internacional, contra a exploração capitalista e contra toda exploração.
Precisamente por uso pode conquistar a economia planificada mundial.
A partir da revolução russa de 1917 e até o presente estamos, pois, na época da revolução socialista,
operária e internacional contra o sistema social e o estado capitalista.

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